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sexta-feira, 24 de março de 2017

O brasileiro: um grande problema. O maior problema.


"Não há nada mais perigoso no mundo do que um idiota persuadido de sua normalidade" - Olavo de Carvalho

O problema do Brasil não é econômico, nem político. O problema do Brasil é cultural, é de mentalidade. O problema do Brasil é o brasileiro. O brasileiro é um perfeito idiota latino-americano.
O brasileiro ainda não sabe que o atual governo se originou do governo do PT.
O brasileiro ainda não sabe que sem o PMDB o PT não teria ganho as eleições de 2014, nem de 2010.
O brasileiro ainda não sabe que o PMDB é um partido de centro ESQUERDA (bem como o PSDB, social-democrata, fabiano, em franco antagonismo com princípios liberal-conservadores).
O brasileiro pensa que esquerdismo é paz e amor e que ser de direita significa ser malvado.
O brasileiro ainda não sabe que treze anos de descalabros econômicos, administrativos, de corrupção sistêmica, de total aparelhamento de TODAS as esferas públicas e de interesses partidários e ideológicos colocados acima de qualquer virtude de governança republicana não podem ser recuperados em dez meses. Talvez nem em mais treze.
O brasileiro compartilha charge esquerdista atacando o "neoliberalismo" como fonte de todos os males sem saber que quem lhe rouba todos os dias é o Estado.
O brasileiro, mesmo de modo inconsciente, quer mais Estado sem saber que o Estado, além de lhe roubar, não oferece nem mesmo o básico.
O brasileiro não sabe que quanto maior a presença do Estado e maior o seu tamanho, menor é o grau de liberdade politica e maior é o potencial de corrupção.
O brasileiro execra a classe política, mas mesmo assim não se despe de sua estatolatria.
O brasileiro enxerga e pensa o Estado praticamente como uma entidade metafísica e benfeitora, administrada por criaturas angelicais, como certa vez colocou João Pereira Coutinho.
O brasileiro não sabe que a aliança espúria entre governo e empresas que não querem competir no mercado e ganham privilégios do próprio governo em troca de propina é um arranjo tipicamente anticapitalista.
O brasileiro não sabe o que é uma pirâmide etária. O brasileiro não sabe o que é expectativa de vida, nem que ela tem aumentado. O brasileiro não sabe que a taxa de crescimento vegetativo tem diminuído. O brasileiro não conhece rudimentos matemáticos. O brasileiro não sabe que não existe uma conta individual para cada trabalhador no INSS. O brasileiro não sabe que sua "contribuição" (na verdade, um imposto) ao INSS é gasta pelo governo assim que ele a paga para sustentar um contingente cada vez maior de aposentados. O brasileiro nunca reivindicou o fim das "contribuições" em prol de um sistema livre e privado.
Agora que, bem ou mal, o atual governo, com todos os seus defeitos oriundos exatamente da mentalidade estatólatra e esquerdista, ainda assim toma medidas tímidas, mas que contribuem um pouco com a melhora do quadro socioeconômico, o brasileiro débil mental, idiota útil, analfabeto em todos os sentidos, tomado pelo discurso falso, equivocado e hipócrita do esquerdismo, grita ridiculamente contra o que lhe pode trazer certos benefícios a médio e longo prazos, conferindo assim, ganho político para o PT.
O brasileiro, por sua ignorância, por sua preguiça intelectual, pela falta de apreço com relação à leitura e ao conhecimento e por sua incapacidade de discernimento entre o certo e o errado, bem merece sofrer o que tem sofrido há tanto tempo.

*PS: antes que alguém se sinta ofendido pelo teor generalizante, tomo como base de análise o brasileiro médio; se a carapuça não lhe servir, não faça questão de vesti-la; também sou brasileiro.

sábado, 18 de março de 2017

Os tais direitos


Em seu livro imprescindível, A rebelião das massas, José Ortega Y Gasset foi ao ponto quando afirmou que o homem das sociedades de massa, esse homem contemporâneo, que se debate na vã tentativa de encontrar um lugar no mundo sem olhar para dentro de si, sem saber qual o significado da liberdade e de onde ela vem, é um homem que apenas reivindica direitos esquecendo-se de que para tê-los, alguém necessariamente precisa concedê-los. Somente clamar por direitos deixando de reconhecer deveres conduz a sociedade de massa a uma anomalia na qual inexiste qualquer nobreza de propósitos.
Onde, além da massificação contemporânea, as pessoas padecem da falta de apreço pelo conhecimento e mergulham em um estado contínuo, letárgico e modorrento de ignorância quase tido como natural, a situação é ainda pior.
É um paradoxo que no presente hi-tech da contemporaneidade, o homem massificado e ignorante viva em um estado no qual a cultura mal consegue se diferenciar da natureza, um quase retorno aos primordiais tempos em que prevaleciam largamente a lei do mais forte e o puro instinto. Sempre que imerso no desespero da sobrevivência sem propósitos e na carência do bem-estar que o cultivo do intelecto é capaz de conferir, qualquer farolete de luz, mesmo que leve a paragens nada aprazíveis, irá servir como orientação (e provocará, inexoravelmente, a catástrofe). As seitas que descobriram essa fraqueza na mente do homem das sociedades de massa obtiveram sucesso na divulgação, na disseminação e na implantação de regimes políticos cuja promessa de resolver todas as questões humanas, aqui e agora, como num passe de mágica, seduzem facilmente uma turba de ignorantes. A propaganda de massas é a chave para conquistar as pessoas por seus corações.
Talvez a coisa mais difícil para alguém imbuído de boas intenções seja convencer um incauto de que há quem o esteja enganando da maneira mais pérfida possível. É extremamente trabalhoso do ponto de vista psicológico refletir e estar constantemente reexaminando os próprios pensamentos, sobretudo se não são autônomos, se foram enxertados e transmitidos de modo a propor que não é preciso muito mais do que delegar esperanças (mesquinhas) e a consecução dos tais direitos a uma liderança autoproclamada. O homem de massas é preguiçoso porque foi privado de sua individualidade, de sua vida interior, do afã de realizar esforços próprios para atingir objetivos e manter responsabilidade sobre suas escolhas. Presa fácil, ele prefere ouvir discursos que lhe colocam como vítima de um sistema e de um grupo de usurpadores que agem única e exclusivamente para deixá-lo distante dos direitos. Para mudar esse quadro, basta se revoltar contra o suposto vitimismo e deixar que ele se transforme em ódio. Uma vez no poder, aquela liderança que conquistou seu coração, que encantou seus ouvidos, que insuflou seus sentimentos mais emotivos e irascíveis e que lhe fez se sentir alguém no meio da massa, por ser a detentora única do entendimento acerca do devir da história, se encarregará de garantir um reino de prosperidade e harmonia eternas. Neste mundo.
O mantra dos tais direitos atinge não só aqueles que, por sua incapacidade intelectual, são mais facilmente enredados na teia do discurso ideológico, mas também (e até em maior quantidade) pessoas que aparentemente não vivenciam o universo das ideias politicas em seu cotidiano. Sob um ar blasé de não afetação, aprioristicamente distante do embate na ágora, de repente, essas mesmas pessoas estão repetindo de maneira totalmente inconsciente o discurso da liderança popular, o que contribui decisivamente para lhe outorgar pertinência, não evidentemente por trazer à tona entendimentos profundos ou por se aproximar de verdades, mas pelo fato de que uma mentira sedutora penetra por osmose no imaginário e se transmuta em suposta Verdade à velocidade da luz. É um processo silencioso e imperceptível para a maioria e resulta, para aqueles que conseguiram se manter imunes, em um afastamento forçado, defensivo, de autopreservação, mas perverso, pois acarreta em estigmatizações.
Quem acredita ser dono da chave da História só pode manter influência às custas da mentira, bem como participar de disputas pelo poder e/ou se manter nele lançando mão de estratégias totalitárias, no mínimo autoritárias. Será possível que o homem na sociedade de massas tome consciência de sua individualidade, que adquira propósitos dotados de algum caráter de nobreza, que seja capaz de exercer sua liberdade com o devido e indispensável grau de responsabilidade? Tem sido cada vez mais utópico acreditar que sim, mas se não restar uma centelha disso, então não haverá mais nada a fazer.