A mania de tentar encobrir a realidade usando o artifício da mentalidade tolamente festiva é um dos piores males do brasileiro. No último final de semana foi realizada em São Paulo a VIII Virada Cultural, evento que tem servido como uma luva para representar a tal mania.
Segundo a Polícia Militar e as autoridades, a Virada foi um grande sucesso, mesmo sabendo-se das dificuldades que o público encontrou para participar, dos tumultos e da violência, que causou inclusive uma morte. A organização do evento afirmou que o falecimento da jovem poderia ter ocorrido em qualquer circunstância e que nada teve a ver com o evento em si. OK, mas o episódio não se sucedeu justamente durante a Virada?! Tapar o sol com a peneira é típico da tolice festiva. Trouxas que se deixam enganar também...
Em cidades desenvolvidas espalhadas mundo afora, os shows de rua acontecem diária e espontaneamente, estão inseridos no tecido urbano e compõem o vasto circuito que convida tanto o cidadão como o turista a frequentarem a área central dessas cidades. Não existe a necessidade de organizar e propagandear essas manifestações culturais, menos ainda de se utilizar delas na tentativa de pintar um quadro falsamente benéfico dos locais nos quais ocorrem. São manifestações inerentes ao desenvolvimento cultural de países desenvolvidos, não enxertos artificiais com objetivos políticos. Basta um pouco de atenção para perceber a enorme diferença.
São Paulo sofre com inúmeros problemas graves e solucioná-los passa necessariamente pela presença de uma administração inteligente e por uma correta concepção de urbanização, aspectos distantes das políticas promovidas por aqueles que têm comandado a maior cidade do Brasil. Antes de pensar em Virada Cultural, evento anual e isolado de final de semana, seria preciso tornar a metrópole um lugar que possibilitasse cotidianamente melhor qualidade de vida a seus habitantes, algo que exige método, continuidade, visão de futuro, prodigalidade e temperança. Esse estadismo, evidentemente, não é observado no sr. Gilberto Kassab nem nos que ultimamente estavam aí antes dele ou nos que provavelmente ainda irão ocupar o cargo de prefeito.
Não nego que o Centro de São Paulo possui certo número de atrações (poderia, caso houvesse uma boa administração, não só aumentar a quantidade de atrações, mas principalmente tornar atrativos muitos elementos que hoje se encontram esquecidos e abandonados), porém, infelizmente, não é um local convidativo, visto que não se conecta harmoniosamente aos circuitos que tecem a rede urbana da cidade, ela própria bastante deficiente. No geral, ao contrário disso, o Centro sofre com o abandono e com a carência de urbanização nos moldes indicados para o século XXI, e ninguém deve pensar que um evento efêmero, mal organizado e de qualidade cultural no mínimo discutível seja capaz de encobrir aquilo que já deveria ter sido resolvido pelo poder público há pelo menos três décadas.
A Virada Cultural pode continuar sendo realizada sem nenhum problema, desde que a organização e a segurança melhorem, mas deve ser tratada tão somente como um conjunto de shows de rua a se passar em determinado final de semana, não com o alarido dos políticos e da imprensa adesista, que travestem o evento com uma roupagem criativa e benéfica que ele nem de longe possui.
Em um dia, ainda distante, se o desenvolvimento chegar a São Paulo, o prefeito não estará preocupado em dar entrevistas enaltecendo a (des)organização de um evento cultural, já que manifestações do tipo se farão naturalmente por liberalidade dos cidadãos, tampouco será autor de leis que sugam dinheiro do contribuinte, que tornam o trânsito caótico até aos domingos, ou que impedem as pessoas de dormirem tranquilamente. Será apenas mais um simples cidadão a desfrutar de qualidade de vida, como todos deveriam desejar e ajudar a fazer por onde.
Em cidades desenvolvidas espalhadas mundo afora, os shows de rua acontecem diária e espontaneamente, estão inseridos no tecido urbano e compõem o vasto circuito que convida tanto o cidadão como o turista a frequentarem a área central dessas cidades. Não existe a necessidade de organizar e propagandear essas manifestações culturais, menos ainda de se utilizar delas na tentativa de pintar um quadro falsamente benéfico dos locais nos quais ocorrem. São manifestações inerentes ao desenvolvimento cultural de países desenvolvidos, não enxertos artificiais com objetivos políticos. Basta um pouco de atenção para perceber a enorme diferença.
São Paulo sofre com inúmeros problemas graves e solucioná-los passa necessariamente pela presença de uma administração inteligente e por uma correta concepção de urbanização, aspectos distantes das políticas promovidas por aqueles que têm comandado a maior cidade do Brasil. Antes de pensar em Virada Cultural, evento anual e isolado de final de semana, seria preciso tornar a metrópole um lugar que possibilitasse cotidianamente melhor qualidade de vida a seus habitantes, algo que exige método, continuidade, visão de futuro, prodigalidade e temperança. Esse estadismo, evidentemente, não é observado no sr. Gilberto Kassab nem nos que ultimamente estavam aí antes dele ou nos que provavelmente ainda irão ocupar o cargo de prefeito.
Não nego que o Centro de São Paulo possui certo número de atrações (poderia, caso houvesse uma boa administração, não só aumentar a quantidade de atrações, mas principalmente tornar atrativos muitos elementos que hoje se encontram esquecidos e abandonados), porém, infelizmente, não é um local convidativo, visto que não se conecta harmoniosamente aos circuitos que tecem a rede urbana da cidade, ela própria bastante deficiente. No geral, ao contrário disso, o Centro sofre com o abandono e com a carência de urbanização nos moldes indicados para o século XXI, e ninguém deve pensar que um evento efêmero, mal organizado e de qualidade cultural no mínimo discutível seja capaz de encobrir aquilo que já deveria ter sido resolvido pelo poder público há pelo menos três décadas.
A Virada Cultural pode continuar sendo realizada sem nenhum problema, desde que a organização e a segurança melhorem, mas deve ser tratada tão somente como um conjunto de shows de rua a se passar em determinado final de semana, não com o alarido dos políticos e da imprensa adesista, que travestem o evento com uma roupagem criativa e benéfica que ele nem de longe possui.
Em um dia, ainda distante, se o desenvolvimento chegar a São Paulo, o prefeito não estará preocupado em dar entrevistas enaltecendo a (des)organização de um evento cultural, já que manifestações do tipo se farão naturalmente por liberalidade dos cidadãos, tampouco será autor de leis que sugam dinheiro do contribuinte, que tornam o trânsito caótico até aos domingos, ou que impedem as pessoas de dormirem tranquilamente. Será apenas mais um simples cidadão a desfrutar de qualidade de vida, como todos deveriam desejar e ajudar a fazer por onde.
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