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sexta-feira, 19 de junho de 2009

A retórica do poder perpétuo

É difícil libertar os tolos das amarras que eles veneram. - Voltaire

Quando o PT, depois de várias tentativas frustradas, finalmente conquistou o poder federal nas eleições de 2002, muito se comentou a respeito da metamorfose sofrida pelo partido, que teria adotado uma retórica
light, se aproximado dos empresários e revisto seus princípios fundantes, tomando uma direção mais social-democrata. Segundo um bom número de analistas, foi isso mesmo que tornou possível fazer de Lula o presidente da República. Correto apenas em parte.
Não há dúvida de que a habilidade retórica - e esse é um conceito de suma importância para a história das ideias políticas - foi o fator principal que alçou a estrela vermelha ao comando do Executivo. Analisando-se a história, é fácil e elementar constatar que qualquer governo de tendências autoritárias, de todos os tipos, tiranias, despotismos, absolutismos, totalitarismos, jamais deixaram de ter na retórica, sua forma mais eficaz na conquista do apoio da população. Sun-Tzu, Maquiavel e Montesquieu estudaram a questão sob diferentes prismas e chegaram a conclusões semelhantes, tanto para apoiar a prática, como para indicar meios de enfraquecê-la e fazer valer o império da lei, no caso do filósofo iluminista. No século XX, profetas e arquitetos das revoluções de esquerda e do nacional-socialismo, escreveram manuais que instruem como dar um golpe de Estado, como corroer o sistema por dentro dele próprio e tomar o poder de surpresa, na surdina. Nada mais do que lavagem cerebral, leia-se Lenin, Gramsci e Hitler, está tudo lá, de forma simples e clara.
A retórica petista não mudou, na verdade, e aí entra o lado errado da análise mencionada no início. A retórica de um partido como o PT foi e sempre será a mesma, apenas tornou-se mais sofisticada com o passar do tempo, mais pérfida e mais capaz de manter as massas sob estado hipnótico. O PT, no melhor estilo leninista-gramsciano, na melhor forma de propaganda à la Goebbels, soube como conquistar Brasília, soube fazer conluio com os cartéis da política, se aliou aos grupos abastados da sociedade, àqueles que não sofrem com as mazelas brasileiras. De um lado, o conchavo com o que restou das velhas oligarquias, resquícios do Império e da República Velha, do outro, as massas ignorantes, sedentas por um
pai-salvador, - mentalidade popular e messiânica - mantidas em catarse pelo assistencialismo e pela própria habilidade retórica. Sobra a classe média, o grupo social que carrega o Brasil nas costas, mas que paga caro e come o pão que o diabo amassou devido à atuação de governos como o do PT.
A retórica do PT é a mesma, porque o que esse partido quer, nada mais é do que perpetuar-se no poder. O PT é filho de Lenin, de Stalin, de Hitler, de Mao, de Pol Pot, de Fidel. A retórica é o próprio caminho para o autoritarismo, não existe mudança, nunca existiu, o que há é a ação para a destruição do poder consensual, das leis, do Estado, da democracia, ainda que a nossa seja manca e imperfeita. A trilha para o poder perpétuo vem a cada ano e a cada dia sendo percorrida pelo PT, sendo que a politização da doença de Dilma foi habilmente utilizada para fazer da pré-candidata uma espécie de mártir, uma vítima heróica. É perfeitamente plausível que as lideranças do partido venham a qualquer momento divulgar a ideia de que devido ao seu mal, ela não possa disputar as eleições. Ninguém saberá, se isso vier a ocorrer, se tratar de um fato real, afinal, a cura de um câncer é sempre incerta, ou um falsete para justificar uma possível alteração na Constituição para que Lula concorra às eleições presidenciais em 2010. É a retórica autoritária, nada mais do que isso.
Mesmo se aqueles que, como eu, abominam o PT, estiverem sofrendo de um surto agudo de paranoia anti-petista, a figura de Dilma já está devidamente martirizada e imbuída de uma aura messiânica, de modo a lhe conferir maior poder de sedução diante das massas, estratégia que pode ter sido minuciosamente articulada pelas lideranças petistas em vista da necessidade de "preparar" uma figura política desconhecida e de nome complicado para cair no gosto e no ardor do populacho.
Ou Lula, ou Dilma, não importa, a retórica petista não mudou, nunca vai mudar. Que esteja atento o eleitor brasileiro, que a oposição anódina passe a se fazer presente. Mais do que nunca, existe um cheiro pútrido de autoritarismo no ar.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

A cara do Brasil

No país onde, ao contrário do que foi prometido, muitos dos estádios do Mundial 2014 serão construídos com dinheiro público, nesse mesmo país no qual o Estado deixa de cumprir suas funções clássicas - educação de base, saúde, segurança - para manter atribuições assistencialistas, eufemisticamente chamadas por muitos arautos esquerdófilos de "gastos sociais", que só fazem a pobreza perdurar, nesse mesmo país que faz questão de exportar a imagem do Carnaval, da cerveja e dos traseiros rechonchudos, mas cuja população, que sofre de aversão ao conhecimento, reclama da ideia que os gringos fazem de nós, nem o futebol pode ser chamado a elevar sua condição no exterior.
O time sub 15 de Itaquera deu o maior vexame em terras civilizadas, perdeu de 3x0 do Real Madrid e, porque não soube assimilar a goleada, mostrou que não detém um pingo de espírito esportivo, partindo para a porrada. Atônitos, os civilizados madrilenhos nem sabiam o que estava acontecendo, tentaram dialogar, mas nisso já se viram debaixo de voadoras executadas pelas costas, ato de covardia extremada. A equipe da zona leste foi expulsa do torneio e não poderá participar de competições internacionais por um período de cinco anos. Num mundial de verdade, eles levaram sova no campo e acabaram alijados pela atitude dantesca que tomaram. Ninguém conhece esse time no exterior, pois jamais ganhou um título internacional, quando tem a oportunidade de estar em uma disputa do tipo, dá vexame. Cem anos sem Libertadores, cem anos sem estádio, vendeu-se à máfia russa para ganhar um Brasileiro por meio do roubo descarado, até o presidente admitiu. Um time que tem o apoio deslavado da midiazinha desportiva brasileira, agora vai jogar contra o Flamengo, outro queridinho, em terras do Oriente Médio, com o ridículo pretexto de promover campanha de paz naquelas paragens. Morre mais gente no Rio e em São Paulo do que na Palestina. Promover campanha de paz? Sei...
As massas ignóbeis e a adulação do popularesco são a cara do Brasil. O time da zona leste é a cara do Brasil.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

A razão como produto da história

A resenha que se segue foi redigida no ano de 2004, durante o 5° semestre do curso de História na Pontifícia Universidade Católica/SP, como forma de avaliação da disciplina "Tendências da Historiografia Contemporânea". O texto possui relação íntima com a pesquisa de Iniciação Científica que eu empreendia naquele momento e foi publicado com a devida autorização no site Historianet (www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=808). Foi então que pensei, "ora por que não postá-lo também neste blog"? Para obter informações sobre a vida e a obra do autor do livro resenhado, ver o excelente Entre mito e política, do próprio Jean Pierre Vernant. Os números que por vezes aparecem no decorrer da leitura dizem respeito às notas bibliográficas que constam do final da resenha. Com algumas adaptações feitas no intuito de melhorar a leitura no espaço que vos "fala", ei-lo, o texto, útil talvez, em era de irracionalismos.

O objeto da presente resenha é o livro As origens do pensamento grego1, do destacadíssimo especialista em Grécia Antiga, Jean-Pierre Vernant, autor de inúmeras obras a respeito da Antiguidade grega, que abordam questões como a mitologia, o pensamento, o teatro e a política, entre outros temas relevantes.
Segundo minha compreensão, a perspectiva analítica de Vernant, como pensador que sempre manteve proximidade com a Escola dos Annales2, prima por recorrer de maneira profícua à interdisciplinaridade, mantendo assim um diálogo com áreas do conhecimento auxiliares da história, a saber, a Antropologia, a Sociologia, a Psicologia e até mesmo a Arqueologia, sobretudo quando o autor se debruça sobre tempos mais remotos, casos dos períodos Pré-Homérico (séculos XX - XII a. C.) e Homérico (séculos XII - VIII a. C.).
A grandiosa contribuição da obra consiste nas discussões que suscita sobre a formação do pensamento racional na história da Grécia Antiga. Ao buscar uma explicação verdadeiramente histórica para a razão grega, característica do Período Clássico (séculos V e IV a. C.), Vernant inicia seu estudo remontando a fenômenos ocorridos cerca de quinze séculos antes, quando povos de origem indoeuropeia começam a chegar em território grego. Aqui, novamente podemos perceber ecos da historiografia dos Annales nas pesquisas desse autor, já que uma concepção historiográfica que procura abordar os fenômenos históricos levando em conta o nível mais profundo das mentalidades, necessariamente deve procurar balizá-los dentro de uma temporalidade de longa duração.
Nesse sentido, é já por volta do século XX a. C. que a civilização micênica, oriunda dos pelasgos, habitantes primitivos da Grécia, passa sistematicamente a entrar em contato com povos indoeuropeus que incursionam na Hélade. A partir desse momento começam a se observar mudanças significativas que afetam a história da Grécia e que acabarão por determinar outras formas de organização política, econômica, social e cultural, bem diferentes daquelas vigentes até então.
No final do Período Pré-Homérico (século XII a. C.) os dórios chegam à Hélade. Povo guerreiro por excelência, conhecedor da metalurgia do ferro, algo inédito na Grécia até aquele momento, são os responsáveis pela Primeira Diáspora Grega, episódio no qual os habitantes do sul da península Balcânica se espalham por vastos territórios em função do terror espalhado pelos dórios.
Até essa época, o mundo grego tinha sua organização político-administrativa voltada em torno do palácio do ánax, o grande rei. Com a chegada dos dórios, esse sistema dará lugar aos genos, um tipo de organização social fundada sob linhagens de parentesco que determinava solidariedades políticas e judiciais, precursora da cidade3. É também nesse momento que surge na Grécia Antiga uma primeira forma de sabedoria humana, de reflexão moral e de especulação política já um pouco mais distanciadas do mito.
Na aurora do século VII a. C., o crescimento populacional, a dispersão dos gregos por toda a bacia do Mediterrâneo e a partilha dos genos, - a Segunda Diáspora Grega - dão origem à mais importante instituição da antiguidade grega, aquela cuja forma de organização política, administrativa, religiosa e militar, dará a tônica da história da antiga Grécia durante seu apogeu e crise, o Período Clássico, que abrange os séculos V e IV a. C. Trata-se da pólis.
Nessa parte de seu brilhante estudo, em um belíssimo capítulo denominado "O universo espiritual da pólis", Vernant concentra a reflexão sobre esse mesmo universo, marcado essencialmente pela ligação íntima entre logos, a razão e a atividade política. É um período no qual a vida pública - refletida no debate político na ágora, nas trocas comerciais realizadas no mercado (asty) e o consequente aparecimento das moedas, na laicização e expansão das formas de religiosidade ao espaço externo, até então assunto privado, restrito ao interior dos templos e na organização racional e geométrica do périplo urbano - adquire uma importância cabal para os antigos gregos.
Assim, o pensamento racional vai se elaborando e se desenvolvendo em torno desse novo tipo de organização que afeta todas as dimensões históricas. É nessa época que os filósofos da Escola de Mileto e, posteriormente, os pitagóricos e os sofistas, formulam pensamentos que visam explicar a formação do Universo, não mais a partir dos mitos, como por exemplo em Hesíodo, (Teogonia e Os trabalhos e os dias) onde o sobrenatural, o divino e a hierarquização entre homens e deuses definem o mundo, mas sim a partir de elementos passíveis de racionalidade, como a água, o ar, ou o número.
Tendo chegado a esse ponto, cumpre-se por bem antes de continuar, fazer duas importantes considerações. A primeira delas é ressaltar que seria errado pensar que a razão abandona por completo os mitos, ao contrário disso, o pensamento racional, muitas vezes, resgata os elementos míticos de forma a lhes dar uma reinterpretação política. Na atividade militar, o herói, figura singular presente nas epopéias, é, no tempo da pólis, transformado no demos, isto é, a coletividade de cidadãos, à qual é atribuída a heroicidade e a honra das batalhas, aludindo desse modo, aos mitos da bela morte e da autoctonia ateniense, exemplos que o bom cidadão deve seguir para que se torne imortal na memória cívica. Como bem escreve Vernant, existem zonas de sombra em que a razão não possui poder de explicação, terreno onde os mitos sobrevivem e encontram refúgio seguro. Portanto, como já discutido anteriormente, no Período Clássico os mitos não servem mais para explicar a gênese do Universo, mas ainda são muito úteis para legitimar e dar exemplos no campo da ação política, atividade de caráter racional.
Em segundo lugar, essas reflexões são pertinentes apenas quando se pensa em Atenas e em algumas outras cidades de sistemas políticos semelhantes, em outras, caso de Esparta, as características são bem diferentes e não são objeto do estudo em questão.
Seguindo adiante, Vernant discute a respeito da crise da cidade, iniciada já no século V a.C. com a guerra do Peloponeso e a derrota ateniense e agravada no século seguinte pelos sucessivos reveses da principal cidade grega, além do quadro geral de fragmentação em todo o mundo helênico. O problema que se coloca é como entender a pólis, instituição que deve manter a harmonia da sociedade conservando seu aspecto de unidade, em contraponto com a multiplicidade de categorias sociais. Daí advém o conflito entre Eris X Philia, discórdia contra harmonia, resultando em um dos temas mais debatidos pelos historiadores da Grécia Antiga, ou seja, a democracia ateniense é algo que deve ser compreendido indissociavelmente ou não de seu imperialismo e de sua estabilidade política?
O autor defende a idéia de que se deve buscar a chave para essa resposta na compreensão do pensamento filosófico do século IV a. C., pautado pela discussão sobre a cidade ideal e sobre as formas de conhecimento mais eficazes no intuito de manter a coesão política e a ordem cívica, reflexo direto do contexto de decadência em que Atenas se encontrava. Aqui, duas figuras de peso travam um embate que até hoje alimenta discussões intensas no campo da filosofia e da história das ideias e do pensamento; Platão, discípulo de Sócrates e sistematizador de todo o seu legado oral, defensor da Filosofia e da busca do Bem como caminhos únicos para a retidão do homem, e Isócrates, mestre da retórica, para o qual as discussões filosóficas apenas contribuíam para idealizações menos importantes no dia-a-dia da pólis.4
O leitor talvez já tenha podido perceber que em As origens..., Vernant traça um perfil rico e abundante em sutilezas, que considera a história da cidade grega desde tempos bem anteriores ao seu próprio surgimento, para daí resgatar minuciosamente cada elemento histórico específico, cada quadro de pensamento, cada personagem significativo partícipe do longo processo histórico-espiritual que fez desembocar na pólis clássica. Tal rigor analítico e riqueza de detalhes e dimensões, faz parte do argumento em defesa do pensamento racional, de matriz grega e pilar fundamental do Ocidente, não como algo dado por uma simples revelação pontual ou por um capricho de ordem transcendental, ou mesmo socioeconômico, como querem marxistas pouco críticos ou pós modernos obsecados por (pseudo) crítica, mas baseado em antecedentes históricos, de modo a ter que se considerar conjuntamente aspectos políticos, econômicos, filosóficos, psicológicos, culturais e mentais.
Assim, seguindo a reflexão de Vernant, observa-se que a lógica da argumentação e a coerência que o autor busca, visam refutar a tese de que o pensamento racional floresceu na Grécia Antiga obedecendo ao "milagre grego", que teria escolhido os helenos por uma espécie de gênio metahistórico que concebera a estes a primazia de pensar racionalmente, apartando-os radicalmente da mitologia. Antes, foi o lento desenrolar da história, evidentemente não-lógico aprioristicamente e, por assim dizer, a ação humana que levou ao universo racional da pólis.
Se o elemento político nos salta aos olhos como o mais substancial e emblemático nesse processo, é porque o logos mantinha em tal contexto uma estreita relação com a atividade política, que se estendia inclusive ao campo religioso - daí a religião assumir essencialmente um caráter cívico na Antiguidade Clássica, característica que duraria até o advento da religião cristã. Cabe lembrar inclusive, que foi o próprio declínio do ideal cívico-político que custou a degradação e o desabamento da pólis.
Quando Aristóteles definiu o homem como "animal político", quis exatamente dizer que a razão é fundamentalmente política, ligada às novas formas de organização da ordem humana no interior da cidade, mas não que o processo histórico que a ela conduziu não comportasse várias outras dimensões. A razão é a arte do político que age sobre os homens, filha direta da pólis.5

NOTAS

1. VERNANT, Jean-Pierre, As origens do pensamento grego, Rio de Janeiro, Difel, 2002.
2. Ver nesse sentido o livro de BURKE, Peter, A Escola dos Annales (1929-1989): a Revolução Francesa da historiografia, São Paulo, UNESP, 1997.
3. Para tanto, ver o verbete "genos", em MOSSÉ, Claude, Dicionário da civilização grega, Rio de Janeiro, Jorge Zahar, 2004, pp. 145-6.
4. Uma discussão muito importante sobre isso pode ser encontrada em JAEGER, Werner, Paidéia, São Paulo, Martins Fontes, 2001, pp. 475-998, 1177-213 e 1253-374 .
5. Nesse ponto, a ressalva única ao estudo de Vernant, já que o autor não considera a razão como transformadora da natureza, mas, dado seu cunho político, permite o agir humano. Nesse segundo ponto, obviamente Vernant está correto, porém, em seu livro Uma história da razão, Rio de Janeiro, Jorge Zahar, 1994, o filósofo François CHÂTELET apresenta argumentos bastante convincentes quanto ao aspecto transformador da razão, - legado grego - além da atividade cívico-política, até porque as transformações puderam partir justamente da dimensão política, para daí se espraiarem em direção a outras áreas. Talvez a razão não transforme a natureza diretamente, mas proporcione mudanças extremamente significativas nas relações dos homens com a mesma e com o mundo. Ver sobretudo as páginas 15-33 da obra de CHÂTELET, embora o livro inteiro seja importante.

BIBLIOGRAFIA

obra analisada:

VERNANT, Jean-Pierre, As origens do pensamento grego, Rio de Janeiro, Difel, 2002.

obras de referência:

BURKE, Peter, A Escola dos Annales (1929-1989): a Revolução Francesa da historiografia, São Paulo, UNESP, 1997.

CHÂTELET, François, Uma história da razão, Rio de Janeiro, Jorge Zahar, 1994.

JAEGER, Werner, Paidéia, São Paulo, Martins Fontes, 2001.

MOSSÉ, Claude, Dicionário da civilização grega, Rio de Janeiro, Jorge Zahar, 2004.