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domingo, 12 de setembro de 2010

Holanda e Bélgica (Amsterdam e Bruxelas)


Canal em Amsterdam

Olá! Hoje é dia de escrever sobre Holanda e Bélgica, os dois países que compuseram a penúltima etapa do Eurotour. Então, mãos à obra!
Começando por Amsterdam, capital holandesa, logo de cara o que mais chama a atenção do visitante é o agito da cidade, badalada, cosmopolita, vanguardista e liberal. Essa agitação, todavia, nunca passa a impressão de bagunça, sendo antes um elemento que perfaz a própria organização urbana do local. Os inúmeros canais, todos eles limpos, lotados de barcos e sempre margeados por árvores em profusão, dão o toque característico da paisagem. Um charme inconfundivelmente holandês! É impossível também não notar a quantidade gigantesca de bicicletas em Amsterdam. Estacionadas na ruas, nos pontos de locação, ou sendo usadas pelos cidadãos, requerem boa atenção do turista ao caminhar, mas são sem dúvida, um dos fatores que denota a qualidade de vida de quem habita a cidade.
A vida cultural oferecida pela capital holandesa é vasta, uma das mais fartas da Europa. Conforme o tempo disponível, o visitante não pode deixar de conhecer alguns dos museus da cidade, tais como o Rijks, a Casa de Rembrandt, o Museu Judaico, a Casa de Anne Frank e o Museu Van Gogh. O Rijks é considerado o mais tradicional, mas penso que a Casa de Anne Frank e o Van Gogh sejam os dois que devam ter prioridade. 
No caso do pintor holandês, pelo simples fato de possuir o maior acervo de telas do artista, passando por todas as fases de sua pintura. Não há como deixar de notar a evidência do gênio de Van Gogh, também porque as explicações oferecidas junto às obras, informam de modo extremamente detalhado sobre a fantástica, complexa e trágica gênese de sua obra. Depois de apreciar as belas pinturas, o visitante não deve deixar de adquirir a preços módicos nas lojinhas que cercam o museu, ao menos uma réplica de algum dos quadros do grande pintor holandês.
No que se refere a Anne Frank, o valor histórico do museu é inestimável. Aqui cabe um parênteses para abordar a polêmica que envolve a autenticidade do diário escrito pela menina, um dos documentos históricos mais dramáticos acerca da perseguição nazista ao povo judeu. Existem aqueles que, não totalmente desprovidos de razão, negam a autoria do Diário a Anne, sem no entanto incorrerem na negação do Holocausto ou no anti-semitismo. Particularmente, creio que certas partes do diário tenham sido manipuladas por Otto Frank, pai de Anne. Essas minúcias, porém, não desprezam o valor documental dos escritos e nem estão imbuídas de consequências políticas e ideológicas merecedoras de reflexão mais detida pelo público leigo. Levantam, é claro, questões teórico-metodológicas em relação a quem lida com pesquisa histórica, mas o documento, nesse âmbito, não é negado. Por outro lado, a corrente negacionista, - e aí já não estamos mais pensando apenas no Diário - sem nenhuma consistência teórica, apenas adotando os contorcionismos discursivos e a ausência de lógica e de pesquisa documental, recusa as evidências históricas do Holocausto e da perseguição aos judeus (e também aos ciganos). A consiliência de inúmeras provas, diferentes em natureza e no tempo-espaço, bem como os vários estudos a respeito do pensamento nazista, que jamais deixa de ir ao encontro do tema do preconceito racial e do extermínio dos "inimigos da causa", solução tipicamente totalitária, não interessam aos negacionistas, por um único motivo, a saber: o relativismo radical (e modista) dessa corrente tem um objetivo definido, que é reabilitar o nazismo como opção política, algo moralmente aterrador para aqueles que preservam a diferença fundamental entre certo e errado. Um dos maiores apóstolos do negacionismo, Robert Faurisson, declarou que Hitler jamais perseguiria alguém por conta de raça ou religião. Não pode haver mentira maior do que essa e não se pode chegar a outra conclusão, senão a de que Faurisson é um nazista convicto tentando conferir ternura  à ideologia hitleriana. Nos últimos tempos, tem sido trágico e curioso observar como muitas tendências de esquerda abraçaram o negacionismo ao associar os judeus com o capitalismo. Lamentável! Uma coisa é certa, estar na Casa de Anne Frank é se emocionar, pois remete a um dos períodos mais sombrios do pensamento e da história humanas, além de fazer sentir um reflexo do que o povo judeu sofreu durante a perseguição nazista. Visita imprescindível!


Oude Kerk - Amsterdam

O turista que vai a Amsterdam econtra ainda a beleza da arquitetura da Oude Kerk, a velha igreja, da Westertoren, torre com relógio na igreja onde Rembrandt foi sepultado, e do Koninklijk, palácio real da cidade, sem falar de outros tantos monumentos e construções. Interessante também, pela tipicidade local e pelo inusitado ao estrangeiro, é fazer o passeio pelo Red Light District, bairro onde ficam as prostitutas (que possuem carteira de trabalho assinada) e onde há certos estabelecimentos nos quais é permitido o uso de maconha. Quem pensa que fumar o entorpecente é permitido em qualquer lugar e a céu aberto, está muito enganado. Só nos estabelecimentos autorizados pelo governo, a uma quantidade limite por usuário e com pesados impostos recaindo sobre o preço da droga, o que contribui decisivamente para custear o tratamento dos viciados, que somam apenas 5% dos habitantes da cidade.
Em seu agito singular, Amsterdam não deixa de refletir a organização que se vê em toda a Europa. Vale muito a visita.


Atomium - Bruxelas

Após deixarmos a capital da Holanda, fizemos uma parada em Bruxelas, desta feita, capital belga e sede da União Europeia. Como a passagem pela cidade seria rápida, optamos por fazer um city tour em ônibus aberto na parte superior. Valeu a pena, apesar do veículo não acessar a praça central de Bruxelas. Partimos da bonita catedral gótica de Saint Michel e passamos pelo Atomium, grande estrutura em alumínio representando um átomo, construída em 1958 com o objetivo de revelar a pujança da indústria de base na Bélgica, pelo Palácio Real, com sua impressionante fachada neoclássica, pela sede da UE, composta de vários edifícios modernos e pelo o Arco do Triunfo do Cinquentenário Belga, construído para comemorar os cinquenta anos da independência da Bélgica e que não tem nem um terço da fama de seu primo parisiense, mas que em beleza, pode rivalizar tranquilamente com ele. O tour passou também pela estátua do Manneken Pis, pequena fonte que mostra um garotinho urinando e cuja inspiração talvez tenha sido a história do filho de um duque que urinou numa batalha, mas que não conseguimos ver, pois a parada no local foi rápida e pelo fato do monumento ser bem menor do que se possa imaginar. Assim foi a visita à simpática Bruxelas.
Agora só falta relatar a passagem por Paris, última etapa da viagem. Volto daqui uns dias, au revoir!

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