Um leitor me pediu para comentar a matéria contida no link abaixo. É o que faço na sequência.
Devo afimar que não se trata de nada surpreendente, pois a medida configura-se tipicamente petista: uma tentativa estúpida de restringir o comércio aumentando os impostos, como se estes já não incidissem brutalmente, não apenas sobre produtos importados, diga-se de passagem, e fazendo uso do argumento protecionista.
O incentivo ao comércio jamais será defendido pelo PT, partido de claras intenções nacional-populistas. Se nem mesmo com relação ao pífio MERCOSUL, que muitas vezes é retoricamente enaltecido por Dilma Rousseff, o governo adota políticas econonômicas capazes de favorecê-lo, o que dirá no que se refere a transações comerciais difusas e fora do âmbito oficial, sobretudo quando envolvem o que a ideologia petista designa por "países ricos"? De resto, o básico é esquecido, isto é, uma maneira eficaz de incrementar a força da indústria nacional é submeter seus produtos à concorrência, contudo, o tema da competitividade lamentavelmente tem passado longe das discussões acerca da economia no século XXI, principalmente em países nos quais os ideólogos do atraso se encontram aos borbotões.
Não há dúvida de que o argumento protecionista, - protecionismo tal que Dilma critica às vezes com razão; pimenta nos olhos dos outros é refresco! - nesse caso não só não se aplica, como é também mais uma balela desse (des)governo. Se o objetivo é aquecer a economia nacional, reduza impostos e incentive o consumo saudável, já diz desde sempre o bê-abá econômico. O PT faz o contrário e, como poderia ser de outro modo se a intenção real dos mandatários é bancar o populismo assistencialista e os eventos desportivos de 2014 e 2016 financiados com dinheiro público, marca característica de todo governo autoritário?! Dois parênteses que vêm a calhar nesta discussão: primeiro, há anos o partido que detém o poder declara ter reduzido a pobreza, mas recentemente Dilma anunciou a ampliação dos ditos "programas sociais", o que é uma contradição; segundo, até pouco tempo o brasileiro perdia o equivalente a quatro meses de salário pagando impostos, estatística já absurda, ainda mais em face do retorno praticamente zero nos serviços prestados ao cidadão, porém, como se não bastasse, a coisa ficou pior; de acordo com pesquisa realizada pelo IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário), agora são cinco meses de rendimentos subtraídos pelos cofres governamentais. E há quem seja obrigado a vender o almoço para comprar o jantar achando tudo uma maravilha... morra-se com um barulho desses!
A produção industrial brasileira amarga números bastante ruins já não é de hoje, resultado óbvio diante de uma legislação trabalhista jurássica, quase por completar sete décadas de existência, de uma carga tributária sufocante e da carência criminosa de investimentos em tecnologia e logística. A correção destes problemas não seria nenhum bicho de sete cabeças se o país possuísse um governo decente, mas com este que está aí e com a catarse festiva do Zé Povinho, terei que continuar lançando mão do triste brado: É A CARA DO BRASIL!
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