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quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

O pluralismo da esquerda, pluralismo de uma nota só


Na esteira do que escrevi no último artigo, desta feita desejo somente esclarecer um outro aspecto sobre o ensino universitário no Brasil, especialmente no que tange às Humanidades.
Sabe-se que as universidades brasileiras - públicas ou privadas - em seus cursos voltados para as áreas de História, Sociologia, Filosofia e Ciência Política, desde um bom tempo, são inteiramente dominadas pelo esquerdismo, seja aquele mais tradicionalmente marxista, ou o da vertente frankfurtiana pós-moderna, uma derivação do primeiro. No seio de seus corpos dicente e docente cresceu acentuadamente nos últimos tempos a defesa das cotas raciais como forma de "democratizar a universidade", hoje em dia, uma bandeira tipicamente esquerdista. 
A despeito de se colocarem como adeptos de posturas anti-racistas, os defensores das cotas agem com todo o cinsimo do mundo na medida em que dão apoio a uma política inteiramente calcada em pressupostos fenotípicos, ou seja, absolutamente coadunada com o racismo. A questão nada tem a ver com fundamentos de ordem econômico-financeira, de modo que cabe, com toda justiça, colocar duas perguntas: 1) e quanto aos brancos menos favorecidos economicamente?; 2) como aderir ao cotismo fenotípico em um país tão miscigenado, o qual indica claramente que a carga genética se traduz em fator muitíssimo mais importante do que a aparência? É evidente que nenhum defensor das cotas raciais tem como responder a tais indagações, quanto mais reconhecer que o correto é otimizar a gestão do ensino de base, abrindo oportunidades a todos, independentemente de raça ou origem.
Mais ainda do que essa problemática, é necessário usar o Português rasgado para desmascarar a ideologia cotista: os postulantes dessa causa são militantes políticos de esquerda cuja intenção não é outra que exercer um controle ainda maior do que já exercem em tantos meios universitários. Se em âmbito teórico o marxismo dá a tônica, resta agora doutrinar um contigente de pessoas desprovidas de instrução básica, aumentando assim o número de correligionários prontos a bradar contra a liberdade individual, a propriedade privada, a economia de mercado e a alta cultura, em relação a qual emitem preconceituosos julgamentos classistas. Seu objetivo é a própria destruição da moderna sociedade ocidental e o escancaramento da ditadura comunista. Não enxergar esse encaminhamento é pura irresponsabilidade que só faz o inimigo ganhar terreno.
No caso de eu estar errado (e não estou!), proponho um desafio, embora a esquerda nunca tenha passado nem perto de carregar a democracia como valor. Se realmente o cotismo está alinhado com a "democratização da universidade", contrariando tudo aquilo que brota dos escritos de Marx e de seus seguidores, e se tem como meta o dissenso e o debate, pilares democráticos, a coisa é simples: efetuem-se as cotas, mas criem ao mesmo tempo um espaço para o ensino de ideias opostas ao esquerdismo, abram cursos de graduação e pós-graduação com orientação liberal, tragam à tona os textos de Frédéric Bastiat e da escola austríaca, discutam o conservadorismo moral de Aristóteles, de Edmund Burke e o novo humanismo de Irving Babbitt, abordem os totalitarismos do século XX com base nas obras de Leo Strauss, Eric Voegelin, Hannah Arendt, Viktor Frankl e Alain Besançon. Como os intelectualóides que formam o corpo dicente universitário se mostram quase inteiramente ignorantes acerca de todos esses autores, é inteiramente improvável que possam fazê-lo. Ainda assim, eles o querem? É claro que não! O seu pluralismo e de seu alunado, massa de rebentos doutrinados, tem uma nota só.

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