O time da zona leste passou incólume em 2010, ano em que completou seu primeiro século de existência. Como sempre, parte da imprensa esportiva brasileira que atua não fazendo jornalismo, mas propagandeando seu time do coração, elevou o acontecimento aos píncaros do firmamento, tentando de tudo e mais um pouco no intuito de alardear a centúria incolor. De nada adiantou e a Virgem do Centenário se mostrou incapaz de contentar sua nação zumbi. Nem Paulistão, quando não atingiu sequer as semifinais, nem Brasileiro, quando não foi além do terceiro lugar, a despeito de toda ajuda possível da arbitragem, nem a tão sonhada Libertadores, competição na qual o fiasco chegou já nas oitavas-de-final, fazendo permanecer o provincianismo alvinegro e sua completa nulidade internacional. Que copinha de juniores, que nada! Carnaval? Passou longe, a abstinência foi completa!
Como se não bastasse a amargura do “cemternada”, o time branco e preto foi obrigado a ver a CBF homologar a equiparação - esse é o termo correto - dos campeonatos Taça Brasil e Roberto Gomes Pedrosa, disputados entre 1959 e 1970, ao Campeonato Brasileiro, que passou a ser disputado a partir de 1971. Com isso, o Palmeiras se tornou, juntamente com o Santos, o maior vencedor de títulos Brasileiros de todos os tempos, pois somou mais quatro conquistas às outras quatro que já possuía, sagrando-se Octacampeão Brasileiro de Futebol. Os rivais estão comendo poeira!
Muita polêmica se fez em torno da equiparação, um verdadeiro tiroteio de argumentações vindas tanto de quem se mostrou contra, como por parte de quem foi a favor da decisão da CBF. Polêmica um tanto quanto inútil, para falar a verdade, mais um daqueles assuntos que vêm à baila quando a imprensa não tem muito o que abordar assim que as competições se encerram e inicia-se o período de férias do futebol, como foi o caso nesse mês de dezembro. Não é porque a Taça Brasil e o Roberto Gomes Pedrosa foram considerados equivalentes ao Campeonato Brasileiro que sua importância aumentou. Ora, na época em que foram realizados, esses torneios eram as mais importantes disputas do cenário nacional, vários times tinham elencos recheados de craques, a seriedade e o compromisso se mostravam bem mais frequentes por parte dos jogadores, torcer era muito mais saudável do que hoje em dia e a representatividade de cada estado brasileiro nas competições era maior do que no atual Brasileirão.
Todo aquele que tem um mínimo de conhecimento sobre história do futebol brasileiro sabe que a Taça Brasil e o Robertão foram campeonatos do mais alto gabarito, portanto, em essência, a equiparação é em última análise uma questão de nomenclatura que torna todos os campeonatos nacionais disputados de 1959 para cá, campeonatos brasileiros. Há muitos anos, mais precisamente em 1992, eu me envolvi numa discussão travada contra dois torcedores incolores, meus colegas de classe, a respeito de quem tinha mais conquistas nacionais, o Palmeiras ou o time deles. Levei na escola uma revista Placar que mostrava as conquistas de todos os grandes times do Brasil e então lhes provei que eu estava com a razão. Sem ter o que dizer, eles se saíram com o que restava, isto é, desvalorizaram a Taça Brasil e sobretudo o Roberto Gomes Pedrosa, nome pouco adequado para um torneio nacional (daí a questão da nomenclatura ter um significado a ser levado em alta conta). Logo vi que não adiantava discutir, já que eles eram historicamente ignorantes e nada sabiam sobre aqueles campeonatos, muitos menos sobre Biriba, Bombeiro, Dirceu Lopes, Nilton Santos, Mengálvio, Chinesinho,... nem mesmo sobre Pelé, Pepe, Ademir da Guia ou Dudu. A mais notável contribuição da História é mostrar que tudo aquilo que nos cerca não existe apenas desde o momento em que nós mesmos viemos ao mundo. O presente é tributário do passado, algo que costuma passar desapercebido pelos pós-modernos e por adolescentes alienados. No que se refere às competições nacionais brasileiras, a equiparação foi meritória justamente devido a essa questão, ainda que tantas outras coisas memoráveis tenham acontecido no nosso futebol antes de 1959, que o diga, por exemplo, o Palmeiras do início dos anos 1930...
Como bom palmeirense, não posso deixar de tripudiar o rival desprovido de cores, pois sempre tive perfeita noção da imensa superioridade palestrina em termos de história e conquistas, constatação que não sofrerá mudanças no mínimo pelos próximos 30 ou 40 anos, mesmo que o Palmeiras continue sua trilha de apequenamento pós-1999. Ainda que daqui um tempo nos tornemos sem margem para dúvidas um Juventus da Pompeia, continuarei sendo palestrino. Me considero um torcedor consciente, preferiria, ao invés do Octa, que o Palmeiras estivesse forte no presente, - futebol, no calor de sua paixão, faz com que o momento seja mais considerado, apesar da importância histórica - mas a realidade atual é que a SEP não tem condições nem mesmo de conquistar um Campeonato Paulista.
Encerro desejando um bom 2011 a todos, inclusive aos virgens do centenário, exceto, para esses, no quesito futebol.
Como se não bastasse a amargura do “cemternada”, o time branco e preto foi obrigado a ver a CBF homologar a equiparação - esse é o termo correto - dos campeonatos Taça Brasil e Roberto Gomes Pedrosa, disputados entre 1959 e 1970, ao Campeonato Brasileiro, que passou a ser disputado a partir de 1971. Com isso, o Palmeiras se tornou, juntamente com o Santos, o maior vencedor de títulos Brasileiros de todos os tempos, pois somou mais quatro conquistas às outras quatro que já possuía, sagrando-se Octacampeão Brasileiro de Futebol. Os rivais estão comendo poeira!
Muita polêmica se fez em torno da equiparação, um verdadeiro tiroteio de argumentações vindas tanto de quem se mostrou contra, como por parte de quem foi a favor da decisão da CBF. Polêmica um tanto quanto inútil, para falar a verdade, mais um daqueles assuntos que vêm à baila quando a imprensa não tem muito o que abordar assim que as competições se encerram e inicia-se o período de férias do futebol, como foi o caso nesse mês de dezembro. Não é porque a Taça Brasil e o Roberto Gomes Pedrosa foram considerados equivalentes ao Campeonato Brasileiro que sua importância aumentou. Ora, na época em que foram realizados, esses torneios eram as mais importantes disputas do cenário nacional, vários times tinham elencos recheados de craques, a seriedade e o compromisso se mostravam bem mais frequentes por parte dos jogadores, torcer era muito mais saudável do que hoje em dia e a representatividade de cada estado brasileiro nas competições era maior do que no atual Brasileirão.
Todo aquele que tem um mínimo de conhecimento sobre história do futebol brasileiro sabe que a Taça Brasil e o Robertão foram campeonatos do mais alto gabarito, portanto, em essência, a equiparação é em última análise uma questão de nomenclatura que torna todos os campeonatos nacionais disputados de 1959 para cá, campeonatos brasileiros. Há muitos anos, mais precisamente em 1992, eu me envolvi numa discussão travada contra dois torcedores incolores, meus colegas de classe, a respeito de quem tinha mais conquistas nacionais, o Palmeiras ou o time deles. Levei na escola uma revista Placar que mostrava as conquistas de todos os grandes times do Brasil e então lhes provei que eu estava com a razão. Sem ter o que dizer, eles se saíram com o que restava, isto é, desvalorizaram a Taça Brasil e sobretudo o Roberto Gomes Pedrosa, nome pouco adequado para um torneio nacional (daí a questão da nomenclatura ter um significado a ser levado em alta conta). Logo vi que não adiantava discutir, já que eles eram historicamente ignorantes e nada sabiam sobre aqueles campeonatos, muitos menos sobre Biriba, Bombeiro, Dirceu Lopes, Nilton Santos, Mengálvio, Chinesinho,... nem mesmo sobre Pelé, Pepe, Ademir da Guia ou Dudu. A mais notável contribuição da História é mostrar que tudo aquilo que nos cerca não existe apenas desde o momento em que nós mesmos viemos ao mundo. O presente é tributário do passado, algo que costuma passar desapercebido pelos pós-modernos e por adolescentes alienados. No que se refere às competições nacionais brasileiras, a equiparação foi meritória justamente devido a essa questão, ainda que tantas outras coisas memoráveis tenham acontecido no nosso futebol antes de 1959, que o diga, por exemplo, o Palmeiras do início dos anos 1930...
Como bom palmeirense, não posso deixar de tripudiar o rival desprovido de cores, pois sempre tive perfeita noção da imensa superioridade palestrina em termos de história e conquistas, constatação que não sofrerá mudanças no mínimo pelos próximos 30 ou 40 anos, mesmo que o Palmeiras continue sua trilha de apequenamento pós-1999. Ainda que daqui um tempo nos tornemos sem margem para dúvidas um Juventus da Pompeia, continuarei sendo palestrino. Me considero um torcedor consciente, preferiria, ao invés do Octa, que o Palmeiras estivesse forte no presente, - futebol, no calor de sua paixão, faz com que o momento seja mais considerado, apesar da importância histórica - mas a realidade atual é que a SEP não tem condições nem mesmo de conquistar um Campeonato Paulista.
Encerro desejando um bom 2011 a todos, inclusive aos virgens do centenário, exceto, para esses, no quesito futebol.