O Heavy Metal é um fenômeno que transcende o tempo, um estilo musical que se perpetua há mais de quarenta anos e que conquista uma crescente legião de seguidores leais à medida que esses anos passam, bem ao contrário do que um dia ousaram supor os profetas decadentes que se apressaram em anunciar a morte do gênero. Não é preciso dizer que muitos deles, como Rob Halford, depois de desprezarem a música pesada que praticavam, voltaram rápido e de rabinho entre as pernas para o cenário metálico. O Heavy Metal os perdoou, pobres mortais.
Mais fenomenal do que o próprio Heavy Metal, no entanto, é o Iron Maiden, banda que desde finais da década de 1970, portanto há cerca de 35 anos, levanta a bandeira daquilo que é mais tradicional e mais característico do gênero em questão: a técnica, a força, o peso, a melodia e a agressividade. Nenhuma banda do segmento consegue o mesmo sucesso que o sexteto inglês. A música pesada da Donzela atravessa gerações, sendo que hoje muitos pais e até mesmo alguns avôs veem seus filhos e netos curtindo a banda que eles começaram a ouvir desde os primórdios. Pude comprovar isso durante o show do Iron Maiden que tive o privilégio de acompanhar pessoalmente no último sábado (26/03), a terceira apresentação que os vi fazer ao vivo, depois de uma sofrida abstinência de 13 anos. Foi ao mesmo tempo surpreendente e emocionante observar duas garotinhas irmãs, ambas com idade não superior a 10 ou 11 anos chegando para o show devidamente trajadas com o indefectível Eddie em suas camisetas. Elas, que ainda estavam muito longe de nascer quando comecei a ter contato com a sonoridade maideniana, algo formador de certos aspectos da minha vivência, se mostram como prova viva do legado imortal da Donzela se materializando através do tempo. As duas garotinhas são o exemplo mais notório da imortalidade do Iron Maiden, mas apenas um dentre tantos outros, dada a quantidade de crianças e jovens adolescentes imunes às modas comerciais, supra-sumo da podridão musical enfiada goela abaixo pela alienação chamada MTV. Cenas gratificantes, reveladoras de que a cultura de boa qualidade não está totalmente perdida entre o público jovem. Grande revanche da música pesada, marginalizada e estigmatizada pelo mainstream, provando todavia que sobrevive muito bem sem ele ou, mais do que isso, sobrevive ainda mais poderosamente sem ele.
Mas como explicar o arrebatamento provocado pelo Iron Maiden? Ao que se deve este verdadeiro fenômeno metálico? Bruce Dickinson, com seu carisma, sua potência vocal, sua teatralidade no palco, sua interação praticamente como um elemento visível que o conecta à plateia? O líder Steve Harris, apólogo-mór do gênero, herói da autenticidade do Heavy Metal, um mestre da literatura no estilo, além, é claro, das proezas que executa com um baixo nas mãos? Dizem os magos sibaritas que os cavalos aprenderam a cavalgar escutando Harris tocar seu Fender Precision. O trio de guitarristas, responsável por tantos riffs criativos, solos de extrema perícia, melodia e feeling cativantes?; Dave Murray, cortando o ar com seus ligados afiadíssimos, Adrian Smith, preciso em cada nota, ambos extremamente técnicos, Janick Gers, nem tão técnico, mas dono da mais eletrizante performance de palco, capaz de levantar um defunto de seu sono eterno? Nicko Mc Brain, que massacra sua imensa bateria em perfeito compasso com o restante do grupo?
Não há dúvida de que a conjunção magistralmente erigida entre todos esses fatores positivos alça a Donzela a patamares só alcançáveis pelos monstros da música e por aqueles que exercem sua atividade com denodo e paixão, aspecto também completamente palpável no que se refere ao Iron Maiden. Competência técnica, carisma, criatividade e apreço profissional compõem uma parte da resposta, mas não toda ela. A banda nascida no East Side londrino tem o melhor marketing do Heavy Metal. Sim, marketing! Pode parecer estranho à primeira vista, porém, um exame atento e uma concepção de marketing isenta de preconceitos ideológicos completa o quadro. Para uma banda como o Iron Maiden o marketing não tem relação nenhuma com o fato de se vender continuamente aos ditames da moda, mas é exatamente o oposto disso. O marketing maideniano, tratado com todo cuidado pelo excelente empresário Rod Smallwood, explora exatamente as qualidades históricas da banda que a caracterizam desde sua origem. O som do Iron Maiden permance ligado às raízes da NWOBHM, se alterou ao longo da extensa carreira, é claro, - hoje tem vários elementos prog - mas mantém intactas aquelas características heavy que mencionei acima. É sempre importante lembrar que a Donzela chegou ao lugar que hoje ocupa porque se recusou a aderir ao punk que dava o tom do cenário Rock em fins dos anos 1970. Assim, a figura de Eddie marca presença constante nas capas dos discos de modo a tecer uma história do mascote, mais do que um desenho, um personagem que traz em si a expressão do poder do conjunto. Os fãs veem em Eddie o poder do Iron Maiden e o poder do qual eles mesmos se imbuem ao escutar o som produzido por Harris, Murray, Smith, Gers, Mc Brain e Dickinson. Assim também é que a Donzela lança no mercado tantos discos, DVD´s, camisetas, pôsters, calendários e outros itens de publicidade dotados de produção com o mais alto grau de qualidade. Tudo isso em plena era da MP3, formato que comprometeu seriamente a venda de produtos relacionados às bandas. O marketing do Iron Maiden, criativo e qualitativo, permite que seus materiais continuem seduzindo os fãs, estes que além de se deleitarem com a música da banda, são colecionadores de seu material.
A perpetuação, a lealdade e a renovação dos chamados maidenmaníacos é uma realidade observada in loco, fato que nos deixa em extremo otimismo com relação ao futuro ainda longo que a Donzela tem pela frente, banda que há muito já é imortal para a legião que sempre irá acompanhar e ouvir os acordes da Besta. “Iron Maiden gonna get you no matter how far!”
Mais fenomenal do que o próprio Heavy Metal, no entanto, é o Iron Maiden, banda que desde finais da década de 1970, portanto há cerca de 35 anos, levanta a bandeira daquilo que é mais tradicional e mais característico do gênero em questão: a técnica, a força, o peso, a melodia e a agressividade. Nenhuma banda do segmento consegue o mesmo sucesso que o sexteto inglês. A música pesada da Donzela atravessa gerações, sendo que hoje muitos pais e até mesmo alguns avôs veem seus filhos e netos curtindo a banda que eles começaram a ouvir desde os primórdios. Pude comprovar isso durante o show do Iron Maiden que tive o privilégio de acompanhar pessoalmente no último sábado (26/03), a terceira apresentação que os vi fazer ao vivo, depois de uma sofrida abstinência de 13 anos. Foi ao mesmo tempo surpreendente e emocionante observar duas garotinhas irmãs, ambas com idade não superior a 10 ou 11 anos chegando para o show devidamente trajadas com o indefectível Eddie em suas camisetas. Elas, que ainda estavam muito longe de nascer quando comecei a ter contato com a sonoridade maideniana, algo formador de certos aspectos da minha vivência, se mostram como prova viva do legado imortal da Donzela se materializando através do tempo. As duas garotinhas são o exemplo mais notório da imortalidade do Iron Maiden, mas apenas um dentre tantos outros, dada a quantidade de crianças e jovens adolescentes imunes às modas comerciais, supra-sumo da podridão musical enfiada goela abaixo pela alienação chamada MTV. Cenas gratificantes, reveladoras de que a cultura de boa qualidade não está totalmente perdida entre o público jovem. Grande revanche da música pesada, marginalizada e estigmatizada pelo mainstream, provando todavia que sobrevive muito bem sem ele ou, mais do que isso, sobrevive ainda mais poderosamente sem ele.
Mas como explicar o arrebatamento provocado pelo Iron Maiden? Ao que se deve este verdadeiro fenômeno metálico? Bruce Dickinson, com seu carisma, sua potência vocal, sua teatralidade no palco, sua interação praticamente como um elemento visível que o conecta à plateia? O líder Steve Harris, apólogo-mór do gênero, herói da autenticidade do Heavy Metal, um mestre da literatura no estilo, além, é claro, das proezas que executa com um baixo nas mãos? Dizem os magos sibaritas que os cavalos aprenderam a cavalgar escutando Harris tocar seu Fender Precision. O trio de guitarristas, responsável por tantos riffs criativos, solos de extrema perícia, melodia e feeling cativantes?; Dave Murray, cortando o ar com seus ligados afiadíssimos, Adrian Smith, preciso em cada nota, ambos extremamente técnicos, Janick Gers, nem tão técnico, mas dono da mais eletrizante performance de palco, capaz de levantar um defunto de seu sono eterno? Nicko Mc Brain, que massacra sua imensa bateria em perfeito compasso com o restante do grupo?
Não há dúvida de que a conjunção magistralmente erigida entre todos esses fatores positivos alça a Donzela a patamares só alcançáveis pelos monstros da música e por aqueles que exercem sua atividade com denodo e paixão, aspecto também completamente palpável no que se refere ao Iron Maiden. Competência técnica, carisma, criatividade e apreço profissional compõem uma parte da resposta, mas não toda ela. A banda nascida no East Side londrino tem o melhor marketing do Heavy Metal. Sim, marketing! Pode parecer estranho à primeira vista, porém, um exame atento e uma concepção de marketing isenta de preconceitos ideológicos completa o quadro. Para uma banda como o Iron Maiden o marketing não tem relação nenhuma com o fato de se vender continuamente aos ditames da moda, mas é exatamente o oposto disso. O marketing maideniano, tratado com todo cuidado pelo excelente empresário Rod Smallwood, explora exatamente as qualidades históricas da banda que a caracterizam desde sua origem. O som do Iron Maiden permance ligado às raízes da NWOBHM, se alterou ao longo da extensa carreira, é claro, - hoje tem vários elementos prog - mas mantém intactas aquelas características heavy que mencionei acima. É sempre importante lembrar que a Donzela chegou ao lugar que hoje ocupa porque se recusou a aderir ao punk que dava o tom do cenário Rock em fins dos anos 1970. Assim, a figura de Eddie marca presença constante nas capas dos discos de modo a tecer uma história do mascote, mais do que um desenho, um personagem que traz em si a expressão do poder do conjunto. Os fãs veem em Eddie o poder do Iron Maiden e o poder do qual eles mesmos se imbuem ao escutar o som produzido por Harris, Murray, Smith, Gers, Mc Brain e Dickinson. Assim também é que a Donzela lança no mercado tantos discos, DVD´s, camisetas, pôsters, calendários e outros itens de publicidade dotados de produção com o mais alto grau de qualidade. Tudo isso em plena era da MP3, formato que comprometeu seriamente a venda de produtos relacionados às bandas. O marketing do Iron Maiden, criativo e qualitativo, permite que seus materiais continuem seduzindo os fãs, estes que além de se deleitarem com a música da banda, são colecionadores de seu material.
A perpetuação, a lealdade e a renovação dos chamados maidenmaníacos é uma realidade observada in loco, fato que nos deixa em extremo otimismo com relação ao futuro ainda longo que a Donzela tem pela frente, banda que há muito já é imortal para a legião que sempre irá acompanhar e ouvir os acordes da Besta. “Iron Maiden gonna get you no matter how far!”
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