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domingo, 14 de abril de 2013

Margaret Thatcher: percepção, coragem, independência de pensamento e competência


A Dama de Ferro, como era conhecida Margaret Thatcher devido ao ímpeto em suas tomadas de decisão, faleceu na segunda-feira 08/04. O pensamento liberal perdeu um de seus grandes ícones, alguém que por meio das ideias conseguiu implementar mudanças socioeconômicas essenciais, não apenas no Reino Unido, mas também no mundo.
As políticas de Thatcher sempre procuravam dar valor ao mérito e às responsabilidades individuais, o que gerava e ainda gera profundo ódio por parte das esquerdas, acostumadas aos favorecimentos escusos, aos arranjos politiqueiros e à formação de burocracias sanguessugas. É comum que pessoas tomadas pelo desconhecimento avaliem o mundo contemporâneo como predominantemente liberal (no caso, o termo utilizado é "neoliberal") e capitalista, pautado exclusivamente pela busca de lucros. Não há nenhuma adjetivação para o que se considera capitalista, como se houvesse só um tipo de capitalismo, e a condenação pura e simples de tudo que tenha a ver com lucro não passa de mero senso comum ideológico. Estes são os que parecem aprovar os rombos financeiros estatais advindos da extorsão do cidadão. Será mesmo que os dias atuais servem de exemplo quando se pensa em meritocracia e responsabilidade individual?! Como é possível que escape a tanta gente a evidente formação de burocracias empresariais ligadas aos governos por questões de conveniência, configurando o que pode ser denominado "capitalismo de Estado", arranjo muito próximo do socialismo?! Não é esse, nem de longe, o espírito capitalista analisado por Max Weber, tampouco a busca de lucros baseada na retidão de comportamento que eleva o espírito. Será por acaso que as searas atuais da burocratização e dos interesses mafiosos sejam locais como Oriente Médio, Rússia ou América Latina, onde a ética protestante é uma realidade inexistente, tanto na prática, como até mesmo na análise weberiana?! Não, não é nada por acaso! E as políticas de Thatcher nada têm a ver com a atual crise econômica, fruto da pressão governamental por crédito fácil e barato.
Quando Thatcher se tornou a primeira mulher a ocupar o posto de premiê europeu em 1979, a economia local se encontrava em situação bem ruim, atrasada em função de um industrialismo retrógrado, tomado por sindicatos defensores de privilégios trabalhistas que emperravam a produtividade e por um Estado gastão e ineficiente. Foi contra isso que ela lutou com sucesso, plenamente ciente de que o desenvolvimento e a igualdade de oportunidades são metas a serem alcançadas a partir de instituições sólidas e democráticas, moeda forte e por cidadãos compromissados e responsáveis, não por arranjos governamentais de caridade, que no mais das vezes só conseguem subtrair rendimentos do contribuinte para promover redistribuição assistencialista. O que nunca faltou nas sociedades contemporâneas, não sendo nada diferente no exato momento atual, são aqueles que creem no Estado como um benfeitor infalível, sempre pronto a oferecer proteção aos pobres e oprimidos. Este Estado filantrópico é claramente uma visão abstrata e equivocada, já que não diferencia Estado e governo: é preciso uma fé cega para pensar que a cúpula de governantes que controla o Estado está sempre em busca do bem da sociedade. Não é bem mais correto apostar em um mercado de regras bem estabelecidas (aqui, outra confusão comum: muitas vezes a competição é tida como desregulamentação), instituições saudáveis e na busca pelo lucro como mecanismos de ajuste socioeconômico, ao invés de associar burocratas a anjos benfazejos?! Quem ainda mantém dúvidas em relação a isso, basta pensar a respeito das nações prósperas e seus tipos de governo, comparando com aquelas nas quais as políticas são regidas por estados burocratizados, e que inclusive são os centros da economia atual.
Thtacher modernizou a economia do Reino Unido, comandou privatizações orientadas sob claros parâmetros jurídicos e visando o longo prazo, processo que nem sempre, infelizmente, serviu de exemplo para modelos de privatização em outras partes do mundo, falha explorada com má fé e desinformação por muitos detratores do pensamento liberal. Nunca é demais lembrar que em países como a Rússia, por exemplo, a desmontagem do Estado sem que antes se estabelecessem os marcos legais necessários para tanto, deu ampla margem de ação para que burocratas do aparato comunista se apropriassem dos ativos das empresas e formassem poderosas máfias. Em menor escala, o mesmo se deu em alguns dos processos de privatização no Brasil. Além de ter dado fim ao Estado ineficaz e burocratizado, as políticas de Thatcher proporcionaram a muita gente a possibilidade de obter casa própria, elemento que denota respeito pela dignidade do cidadão e o melhor investimento que o mesmo pode realizar em sua vida.
Percepção, coragem, independência de pensamento e competência são qualidades que devem estar presentes no perfil de qualquer político, mas que faltam a tantos dentre eles. No que se refere a Thatcher, são atributos que ela possuía de sobra, uma liderança que mostrou aos ideólogos do mundo inteiro a lição que embora simples, teima em ser negligenciada: liberdade individual e competição saudável são elementos mais propiciadores de avanço socioeconômico do que qualquer governo centralizador cuja principal diretriz política é fazer caridade com chapéu alheio. O mundo urge por novas Thatchers!

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