O dia 13/08/1994 foi um domingo de Dia dos Pais, o primeiro que passei sem o meu, que havia falecido em janeiro do mesmo ano. Depois de amanhã, a data completará 19 anos.
O campeonato Brasileiro de 1994 havia começado no sábado 12/08/1994 e, no domingo, o Palmeiras estrearia jogando em casa contra o Paraná Clube. Com meu avô, fui ao Palestra assistir ao jogo.
Começamos perdendo em um lance fortuito, mas depois... Depois foi um show da Terceira Academia. Um show de Amaral atuando na lateral direita (foi dele o cruzamento preciso para o gol de empate), de Clebão, do sempre lúcido e eficaz Cesar Sampaio, de Evair e de Zinho, principalmente. O centroavante foi o goleador da partida, anotando dois tentos, já o camisa 10 (a 11 passou a ser de Rivaldo), o melhor em campo naquele dia, provou uma vez mais aos imbecis que o chamavam de enceradeira, que era um grande jogador, um meio campista que vem cada vez mais escasseando no futebol atual. Atuando com liberdade para criar, sem ter a obrigação de ficar preso à marcação, como acontecia por ordem do pé de uva na seleção, já degradada naquele período, Zinho regia o meio-campo e ainda aparecia na frente para fazer gols. Edmundo foi discreto no primeiro jogo, mas não faltaram momentos posteriores de pura magia, do mesmo modo que Rivaldo, que envergava pela primeira vez o manto esmeraldino depois de deixar as bandas da Fazendinha, decisão mais acertada de sua vida. Ao longo daquele certame, o rapaz esguio, de bigodinho ralo, humilde e de fala mansa, se mostraria um dos atletas mais decisivos. Que o diga o Branco, jogador medíocre que viu sua carreira se encerrar ao fim da competição, após ser humilhado por Rivaldo.
Como não poderia deixar de ser, com um time recheado de craques, o Palmeiras sobrou no Brasileiro de 1994 e sagrou-se tetracampeão, destruindo na final o rival incolor. Hoje os tempos são outros e a realidade é a Série B. Coincidentemente, ontem batemos o mesmo Paraná, também de virada, na véspera do Dia dos Pais. Apesar de vários momentos para serem esquecidos nos últimos treze anos, o rumo agora está certo. O ano vindouro será de um centenário memorável para o Palmeiras. Tenho certeza. Meu avô e meu pai, que era torcedor incolor, defeito corrigido aos poucos durante a vida, lá de cima, também têm.
Avanti Palestra! Feliz Dia dos Pais!
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