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domingo, 29 de setembro de 2013

Sinônimos: "esquerdismo" e "manipulação política"


Como sempre afirmo, e não se trata de nada além da mais óbvia e ululante constatação, o pensamento de esquerda jamais está autorizado a fazer uso do conceito de democracia com o objetivo de se contrapor a qualquer tipo de regime autoritário. Isso serve apenas para fazer a cabeça de analfabetos políticos e arrastá-los pelo caminho da mentira e da ditadura. Ser de esquerda é estar exatamente ao lado da ausência de liberdade, noção que o correto entendimento histórico não permite contrariar e, quem quer que tenha se debruçado sobre os textos de Marx e da miríade de discípulos por ele deixados, inclusive considerando-se aí também o keynesianismo, uma espécie de marxismo velado e erigido com vistas a se inserir mais eficazmente nos bastidores da política, sabe muitíssimo bem disso. Existiram ao longo do século XX raríssimas exceções que podem ser apontadas como componentes de uma "esquerda democrática", porém, tornadas ainda mais exíguas após a crise do mundo soviético e do colapso comunista, até porque tal vertente acabou em grande medida absorvida por outras formas de orientação. Quem foi capaz de enxergar as aberrantes falhas do comunismo, dele se desvencilhou.
No Brasil, atolado pela ditadura comunista do PT, o uso mentirosamente deslavado do conceito de democracia pela esquerda se traduz sobretudo na apologia dos regimes cubano, venezuelano e boliviano, coirmãos latino-americanos do marxismo terceiro-mundista. O ex-presidente Lula, e o mentor do mensalão, José Dirceu, além de outros petistas poderosos, sempre se mostraram entusiastas contumazes desses governos. Só mesmo extremos inimagináveis de idiotice podem fazer com que alguém acredite haver democracia nessas ditaduras de esquerda. Também corriqueiras são as análises esquerdistas a respeito do governo militar brasileiro, nas quais invariavelmente se lança mão da democracia com o intuito de defender comunistas. Na mais recente peça de falseamento do passado, Mino Carta, diretor daquela revista de piadas de mau gosto que a tantos idiotas consegue seduzir, teceu loas homéricas ao mensaleiro José Genoíno que, segundo ele, foi uma grande vítima da ditadura militar, alguém que lutou pela democracia e agora sofre as injustiças da burguesia direitista. Carta quer fazer crer que um comunista lutou pela democracia, ideia absolutamente contraditória desde a década de 1840. Um sistema que defende a violência revolucionária, que prega a eliminação de setores da sociedade e que tem na ditadura uma de suas fases mais importantes não pode em hipótese alguma se aproximar de qualquer laivo de democracia.
O regime militar brasileiro cometeu equívocos profundos na condução da política econômica, germe da hiperinflação dos anos 1980, bem como, mais grave ainda, em nome da tecnocracia, deixou de lado a produção cultural e a educação. As lacunas desse sistema foram oportunamente ocupadas pela esquerda e, hoje em dia, filmes nacionais que atribuem aura de heroicidade a ícones sanguinários da esquerda são feitos à custa de dinheiro público, ao mesmo tempo que nas escolas e na universidade, o esquerdismo domina praticamente sozinho o paradigma dos corpos docentes, revelando o nefasto doutrinarismo que dita os rumos educacionais no país. Esses nichos são privilegiados na propagação das mentiras esquerdistas e conseguem cooptar uma quantidade enorme de ingênuos.
Se a ditadura militar foi estatista e desatenta à questão cultural, o que lhe faz ser merecedora de críticas no âmbito de quem adota ideias liberais, no que se refere às análises de esquerda, tem-se mais um caso em que somente a ingenuidade histórica e política podem levar um grande número de pessoas a acreditar nas manipulações que essa ideologia promove com o conceito de democracia. Todas as táticas terroristas e opostas à democracia, típicas da ação da esquerda, como a guerrilha do Araguaia, o MR-8 e os sequestros políticos foram financiados com verba diretamente enviada dos porões da ditadura soviética. Essa gente jamais lutou contra a ditadura militar tentando colocar no lugar dela um sistema democrático, mas sim com o objetivo evidente de implantar o comunismo no Brasil. Na mesma época, sempre que algum dissidente soviético vinha a público para denunciar os crimes e a barbárie do comunismo, tal qual o exemplo cabal de Alexander Soljenítsin, prontamente a esquerda passava a qualificá-lo como um agente a serviço do império capitalista.
Em 31 de março de 1964 os planos da esquerda autoritária foram frustrados pelos militares, apoiados por grande parte da população brasileira, é bom que se destaque. Nos quase cinquenta anos passados desde lá, o regime militar virou peça de museu, ao passo que o esquerdismo recrudesceu com força e distanciou-se da modalidade mais aberta e tradicional que inspirou o castrismo cubano para se transfigurar no gramscianismo, pragmático enquanto oculto aos bastidores sórdidos da politicagem que destrói as instituições, ao mesmo tempo que místico e messiânico no apelo dirigido às massas tomadas pela catarse da ignorância. O perigo hoje é imensuravelmente maior.

sábado, 21 de setembro de 2013

Jovens prisioneiros do rebanho


"Os jovens, por serem mais puros do que os adultos, são mais livres do que estes".
A máxima acima está dentre aquelas que mais são repetidas em nosso tempo sem que uma análise minuciosa seja realizada a fim de verificar se é uma noção que de fato possa ter algum fundo de verdade. Quando se busca um entendimento filosófico, fica fácil concluir que se trata de uma ideia inteiramente falsa, no entanto, como muito do que é falso cada vez mais tem conquistado ares de verdade, o número de pessoas que se deixa levar é enorme.
Acreditar que a liberdade é um sentimento mais forte entre os jovens não passa de rousseauísmo romântico e, como tal, impede totalmente de compreender o significado mais nobre dessa virtude. A liberdade não é um dom gratuito da natureza, mas algo que precisa ser exercido por espíritos responsáveis. A liberdade é construída filosoficamente na interioridade de cada indivíduo, no que então assume sentido oposto à noção de que ser livre está relacionado a realizar desejos e fazer tudo aquilo que se tem vontade, como normalmente os jovens interpretam, incentivados por uma vastidão de adultos.
Há exceções, mas de modo geral, os jovens se rebelam contra a autoridade dos pais, acreditando que assim serão capazes de abrir as portas da liberdade. Esse é um dos maiores autoenganos que atinge o ser humano, de vez que a autoridade paterna é natural, ligada à formação dos filhos e transmissão de experiência aos mesmos, um processo que se completa assim que a maturidade é atingida. Além disso, estar sujeito à autoridade dos pais de modo algum limita a liberdade de um filho, até devido à própria questão da experiência, já que quanto mais ela se acumula, mais apto está um indivíduo a exercer sua liberdade. É claro que algumas experiências são obtidas fora dos limites paternos, o que também faz parte da vivência humana, porém não é por conta disso que se deve descartar totalmente os aconselhamentos emanados dos pais. Pelo contrário, pois somente se forem combinadas com tais aconselhamentos, as experiências poderão ser aproveitadas na formação do caráter e da personalidade.
Sempre que os jovens se rebelam contra a autoridade paterna, o fazem em nome do autoritarismo grupal, relacionado não à formação que uma pessoa carrega para o resto da vida, mas sim a imposições comportamentais efêmeras que funcionam como ingresso para participar do grupo. Trata-se, sem dúvida, de algo prejudicial que, ao invés de promover a liberdade, atua como um sério limite a ela. O indivíduo é obrigado a se despir de certos condicionamentos que acumulou ao longo de anos junto dos pais com vistas ao seu benefício para se coadunar com imposições cujo único objetivo é a rebeldia por si mesma. Troca-se a autoridade benéfica dos pais pelo autoritarismo que faz do indivíduo um membro de rebanho desprovido de qualquer possibilidade de escolha e de manifestação de preferência. Liberdade? Não, sua antítese.
Tem sido corriqueiro nos dias de hoje encontrar jovens que não possuem um mínimo de autodisciplina para realizar deveres simples, que estão muitas vezes mergulhados em crises existenciais porque não conseguem fazer escolhas, que cada vez mais prematuramente se rendem ao álcool e outras drogas na tentativa de subornar a realidade. A realidade, vale salientar, retira o ser humano do centro dos acontecimentos, existe, assim sendo, independente dos anseios egoístas, sem fazer nenhuma concessão a quem quer que seja. Ser livre dentro da realidade exige o self control que só se obtém à medida que o sujeito se curva diante do tipo correto de autoridade, aquele que ajuda a viver experiências e extrair seus significados, aquele que ensina a ser livre sem depender de elementos externos.
Caso o senso comum e a educação atual, amparada nos falsos pressupostos de Rousseau, de Marx e das pseudofilosofias pós-modernas, permaneça dando as cartas, o resultado mais concreto e lamentável disso será a continuidade da má formação de jovens, irresponsáveis e iludidos perante prazeres imediatos e prejudiciais confundidos com a liberdade centrípeta e internamente construída. A responsabilidade no tempo presente cabe aos adultos.

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

O que vem por aí?


Chicana sf. 1. Sutileza capciosa em questões judiciais. 2. Ardil, astúcia.
Cf. Dicionário Aurélio, 2008

Depois de quase um ano, depois de novos escândalos de corrupção e depois das ditas "Jornadas de Junho", que agora inclusive correm sério risco de terem servido apenas para, uma vez mais, grudar um nariz de palhaço na cara da população brasileira, as atenções se voltam novamente para o STF e para a votação dos ministros em relação aos tais embargos infringentes.
Pelo andar da carruagem e graças ao que vem divulgando a imprensa domesticada pelo esquerdismo, a votação deverá ser favorável aos mensaleiros, isto é, os embargos serão aceitos. Não há absolutamente nada a discutir quanto ao fato de que a aceitação dos recursos representará uma vitória monumental para os ladrões do erário público, lhes concedendo amplo espaço de manobra. Além das mudanças na presidência do STF, que logo passará às mãos de Lewandowski, e das modificações no quadro de ministros de modo a aprofundar o aparelhamento da Suprema Corte - os novatos, indicados cirurgicamente, e cuja carreira jurídica é pífia ou inexistente, posicionam-se claramente em termos ideológicos ao invés de se pautarem pela justiça, fora o absurdo de estarem participando de um processo que não julgaram - ,qualquer alteração sobre o resultado do julgamento poderá ser explorado fortemente nos meios de comunicação, inclusive nos blogs de esquerda mantidos com pesadas verbas governamentais.
Ninguém sabe ao certo quanto tempo decorrerá até que a revisão das penas seja retomada em caso de decisão favorável à aplicação dos embargos, tampouco quais serão os efeitos das manobras que o poder ditatorial petista e a esquerda certamente colocarão em curso. Não será motivo de surpresa se figuras como José Dirceu e José Genoíno surgirem como mártires "do golpe fascista da elite". A questão é muito mais complexa do que a mera tecnicalidade jurídica, de vez que abarca elementos morais e políticos a se fazerem presentes em um país mergulhado em crise e corrupção. Evidentemente, essa complexidade passa distante da compreensão de "especialistas" como o sr. Luiz Flavio Gomes, o qual se diz manter "apartado das pressões e do alarde midiáticos" (ele parece ter apreciado bastante o discurso do novato Luís Roberto Barroso), escusado o fato do jurista ter feito essa afirmação em um poderoso canal de comunicação televisivo. Que "mídia", sr. Luiz Flávio?! Aquela que não se cansa de lembrar da inclinação do ministro Celso de Mello a favor dos embargos?!
Não existe dúvida alguma que o recurso ora em votação no STF, caso deferido, e a consequente protelação e redução das penas cabíveis aos mensaleiros representarão mais uma derrota do país e de toda sua população perante o avanço galopante da ditadura comunista estabelecida pelo PT. Fugir a esse entendimento contribui ainda mais com as hostes autoritárias. O que vem por aí? Uma vez consolidado o autoritarismo, a etapa seguinte é de cunho totalitário. Falta pouco.
Que responsabilidade, hein ministro Celso de Mello?!

PS(1): Os embargos infringentes não estão previstos no ordenamento jurídico nacional. Os recursos e ações processuais no STF são regulamentados por meio da lei 8.038/1990. O STF, contudo, contempla os embargos infringentes em seu regimento interno, por meio do artigo 333, que foi elaborado antes da Constituição de 1988. A questão que tem dividido os ministros é se essa norma do regimento interno do Supremo, escrita antes da Constituição de 1988, vale mais que uma lei ordinária pós-Constituição. 

Então pergunto: como um artigo do Regimento Interno do STF, instituição que deve se submeter à Constituição, pode se sobrepor a ela?!

PS(2): Pelo que se reflete, a tese dos embargos infringentes, de imediato, corresponde à primeira definição do vocábulo "chicana". Também em vista do que tem se sucedido, a segunda significação lhe cai como uma luva.

No aguardo... 

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Dez motivos para romper com Marx e com o marxismo


Os pontos elencados abaixo expressam alguns dos principais equívocos da teoria elaborada por Marx. Todos eles já foram exaustivamente abordados por inúmeros contestadores do pensador renano e, em sua maioria, se encontram comentados em postagens diversas neste blog. É óbvio que não são os únicos equívocos cometidos na obra marxiana, mas são básicos, suficientes para que, no mínimo, sejam buscadas explicações diferentes das que foram legadas por Marx. Não há outro motivo para sistematizá-los senão pelo fato de que os marxistas, ainda tão presentes na imprensa, nas escolas e na universidade, na produção (in)cultural em geral, bem como em setores chave do (des)governo petista, invariavelmente se utilizam da abrangência dos temas marxianos com o objetivo de tangenciar as argumentações contrárias a Marx; assim, se o crítico refuta a teoria marxiana em seu caráter econômico, o marxista lança mão da filosofia, se a invectiva foca na história, ele usa a sociologia, e assim continuamente, tática que o próprio elaborador do sistema não fazia cerimônia em empreender (o primeiro ponto está diretamente relacionado a isso). Uma vez que o prestígio de Marx e dos marxistas permanece indevidamente em alta, contribuindo para embotar a mente de estudantes ou de qualquer outra pessoa sujeita à sedução do canto de sereia, nunca é demais lutar contra a disseminação de tais ideias.
Se após a reflexão sobre os dez pontos seguintes o leitor se sentir estimulado a buscar contato com pensadores diversos e fora da corrente marxista, terei alcançado sucesso.

1. Extrinsecamente, a teoria de Marx quando interpretada por seus seguidores, os marxistas, é tão amplamente variegada, que chega a ser quase impossível apontar em que aspectos estes seguidores são realmente marxistas. São deturpadores do original, ou apenas determinada corrente captou a verdade suprema do pensamento marxiano, o que invalidaria todas as demais?

2. No âmbito intrínseco, Marx jamais cessou de contradizer seus próprios escritos, assim, a fase madura, em vários elementos importantes, é praticamente uma negação de detalhes igualmente fundamentais da fase jovem. Poderia-se objetar que essa é uma característica de muitos pensadores, senão de todos, contudo, para um corpo de ideias que sempre se pretendeu holístico e baseado em leis históricas, trata-se de fator que denota graves incoerências no pensamento marxiano. Aos seguidores marxistas, é correto perguntar: "qual Marx"?

3. A revolução é um telos inexorável ou depende da práxis humana? No caso da primeira hipótese, não é preciso preocupação alguma com aquilo que se sucederá de qualquer jeito. Por outro lado, se é necessário que o ser humano contribua em algo para a irrupção revolucionária, então tem-se aí um conflito entre necessidade e liberdade que, por sua vez, faz concluir que Marx enxerga o segundo fator como secundário. Assim sendo, não é difícil entender o destino brutalmente autoritário das experiências baseadas na teoria marxiana, bem como a justificativa da eliminação genocida de setores "antirrevolucionários" da sociedade. O banho de sangue está no DNA de Marx e do marxismo.

4. Se, como querem muitos marxistas, todas as tentativas de engenharia social tributárias dos escritos de Marx foram erros de cálculo que acabaram por desvirtuar a teoria original, varrendo-lhe o "horizonte de justiça", estamos diante de uma filosofia que se arraiga nas "leis" da história ao mesmo tempo que as nega. Em outros termos, os marxistas acreditam que uma hora dará certo, sendo somente preciso um crédito a mais. Mais banhos de sangue?! Sem problemas, pois na visão destes o futuro redentor sempre está à espera. Quanto às vítimas ... (este ponto, em certa medida, remete ao primeiro).

5. Marx acreditava que o capitalismo conduzia ao empobrecimento progressivo do proletariado, criando um abismo cada vez maior entre estes e a burguesia, daí o advento revolucionário como imanência do desenvolvimento histórico e o papel prático atribuído aos revolucionários. Este é um mantra repetido até hoje pelo esquerdismo. Completamente falso, como não poderia deixar de ser: estatísticas econômicas colhidas ao longo dos últimos dois séculos mostram que em ambientes nos quais a geração de riqueza é favorecida, a prosperidade atinge a todos de maneira indistinta, bastando estudar a história recente dos países desenvolvidos para notar que a liberdade econômica é decisiva para a ocorrência de desenvolvimento humano e redução de desigualdades.

6. Marx não forneceu quase nenhuma explicação a respeito da sociedade comunista. A resposta para a pergunta "como funciona o comunismo"? não existe nos escritos marxianos. Após a derrubada do capitalismo e do domínio burguês, segundo Marx, instaura-se a ditadura do proletariado e, assim que as condições permitirem, o comunismo se estabelece. Quais condições são essas e quanto tempo leva até que elas surjam, ninguém nunca soube. Pior: há uma incoerência gritante em tal entendimento, de vez que a partir de uma situação ditatorial com concentração máxima de poder, segue-se outra na qual não existe poder. É lógico que o comunismo jamais se concretiza.

7. Sistemas nos quais a propriedade privada e o mercado são abolidos, como no comunismo, atuam como uma cobra que devora o próprio corpo. Ludwig von Mises mostrou que o cálculo não pode ser realizado na sociedade comunista, pois se não há mercado, tampouco há preços; se não é possível precificar, não se calcula e, se não se calcula, não se planifica, pressuposto da economia controlada pelo Estado.

8. A teoria marxiana é nula em termos de psicologia e mentalidade, daí que Marx, cujas pretensões científicas sempre foram absolutas, em momento algum conseguiu provar que as condições materiais definem o sujeito. Por que muitos proletários se tornaram reformistas ou se encontraram dentro do sistema capitalista? O que de fato, é classe social para Marx? Ele não responde. Se a perfeita consciência de classe é apanágio do proletariado devido às condições materiais exploratórias, como é possível que alguém que nunca foi proletário tenha chegado a essa conclusão?!

9. A dialética, processo fundamental para a teoria marxiana, é um mito. Bertrand Russell descartou Marx de modo sumário e categórico afirmando que a dialética é específica do plano lógico, sem qualquer relação com a realidade social (a pobreza e a riqueza são diferentes, mas não contraditórias). Edmund Wilson foi mais além e demonstrou como Engels, parceiro de Marx e do qual ele retirou o conceito de dialética, havia manipulado a Lógica de Hegel: a negação de -a nao é a2, e sim a, sendo que para se obter a2 não é necessário negar, bastando multiplicar axa.

10. No âmbito econômico, a noção segundo a qual o valor dos bens advém inteiramente do trabalho e o lucro ocorre em função do sobretrabalho (mais valia) é central nas análises de Marx. Como tão bem refutaram os economistas austríacos, em especial Eugen von Böhm-Bawerk, Marx errou redondamente ao não considerar elementos importantíssimos em sua teoria da exploração no sistema capitalista: tempo, bens da natureza, recorrência e raridade dos bens, valor de uso. Não é preciso salientar que a negligência de Marx compromete de modo gravíssimo sua compreensão.

PS: Além dos autores críticos de Marx e do marxismo que foram citados acima, recomenda-se a leitura de Raymond Aron, Isaiah Berlin e Leszek Kolakowski. A partir da refutação fundamental de Marx e de seus seguidores, outros autores que discutem aspectos diversos da obra marxiana e de seus discípulos, naturalmente se apresentarão.