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sábado, 1 de novembro de 2014

O verdadeiro foco do ódio e do preconceito. A quem interessar possa...


Após findada a corrida presidencial, com a vitória do PT e a nefasta consequência que tal desfecho significa para o presente e o futuro nacionais, o governo e sua imprensa amestrada trataram logo de promover um discurso cujo objetivo é fazer as pessoas esquecerem aquilo mesmo que pautou a campanha petista. Se, por um lado, não deixa de ser impressionante observar como muitos compram a ideia, por outro, é trivial a noção de que as ditaduras de massa na história mais recente precisaram contar com o apoio leniente da população para se estabelecerem. Trata-se de um sinal importante.
Os pensadores liberais devem levar em conta que uma mudança se processou neste pleito eleitoral: a reeleição de Dilma foi bem mais apertada do que as disputas de 2002, 2006 e 2010 e, dois aspectos somados, a quantidade de abstenções altíssima - irresponsável, é verdade - e a própria votação obtida por Aécio Neves, revelam um enorme porcentual de eleitores que rejeitam o governo e as práticas petistas. Um quadro pintado com essas cores talvez sirva de alento se pensarmos que o apoio de massa necessário ao PT para consolidar de vez seu autoritarismo encontra um obstáculo poderoso em cerca de 80 milhões de eleitores (quem será que tenta a todo custo jogar uns contra os outros?!).
O PT, único partido brasileiro que possui militância organizada em base nacional, alocada em estatais, órgãos de educação, sindicatos e parte considerável da imprensa, sabe muito bem disso e passa a fazer uso de estratégia sorrateira na tentativa de se travestir com pele de cordeiro. O dissenso democrático é ruim para o PT, portanto, o partido procura agora, ao término do pleito, criar um consenso incondicional e antidemocrático, elemento que não pode existir em uma sociedade livre. O terrorismo eleitoral de campanha passou a ceder lugar à retórica do diálogo e da união. Ora, uma sigla sectarista e que até hoje ainda aposta em luta de classes somente pode acenar em termos de diálogo e união enquanto tática gramsciana de cooptação. O PT só pode passar ileso de um discurso de ódio, pautado no "nós contra eles, pobres contra ricos" para a retórica pacificadora, se a própria população embarcar nesta ideia. Aí mora o perigo.
Ninguém pode esquecer, ressalto novamente, o viés sectário que o PT encarna desde sua sigla, bem como a orientação político-ideológica que compõe o cerne de suas orientações, direcionadas para a necessidade de eliminar um setor da sociedade. Se tais características tivessem sido lembradas anteriormente, é possível que jamais um partido como esse chegasse ao poder, mas não adianta chorar sobre o leite derramado. O que resta é ter em mente a mudança que mencionei de início e estar atento ao falso discurso petista. Desse modo, vale refrescar a memória também com relação a acontecimentos que desnudam a natureza do PT: quem acusou "brancos de olhos azuis" como responsáveis pela crise econômica de 2008?; quem não admite a oposição democrática, tachando a mesma de "fascista"?; quem exultou a fúria vândala e intolerante de um grupelho esquerdista contra a imprensa livre?; quem odeia a classe média?; quem advoga a tese absurda segundo a qual o antipetismo é fruto de preconceitos étnicos e raciais?; quem faz terrorismo eleitoral, manipulando a pobreza e a falta de instrução como modo de demonizar a simples possibilidade de alternância de poder?; quem lança mão de sórdida adjetivação - "filhinho de papai", "playboy", "riquinho" - para se referir não aos que têm mais posses, mas a todos que não compactuam com o coitadismo e com o populismo assistencialista?
Não existem diferenças profundas entre o voto de cabresto praticado na época da República Velha e o que ocorre atualmente no governo do PT. Alguns poderão dizer que os coronéis agiam com base em ameaças físicas e que a votação não era secreta, no entanto, se alguns avanços democráticos conquistados de lá para cá impedem a mesma forma de intimidação, o forte apelo populista do discurso de Lula confere violência psicológica acentuada ao estilo petista de campanha e um sistema de votação em relação ao qual crescem suspeitas a cada dia, deixa sérias dúvidas quanto à lisura do processo eleitoral. O fato é que o populismo assistencialista foi explorado à exaustão pelo PT, dando margem ao voto de cabresto do século XXI e mantendo sob tutela governamental um contingente de pessoas que, na realidade, são vítimas. Não se trata de acusar nordestinos e nortistas de não saberem votar, como quer dar a entender o PT com o objetivo de semear o ódio, mas de denunciar uma prática que, ao invés de gerar votos, gera troca de favores. Isso é democracia?
Até agora nas redes sociais, acompanhado do título "a quem interessar possa", multiplica-se um gráfico mostrando o total absoluto de votos de cada candidato considerando-se, de um lado, Norte e Nordeste e, de outro, Sul, Sudeste e Centro-Oeste, sendo que Dilma obteve maior votação nestas três últimas regiões, o que então revelaria o suposto preconceito da porção rica do país contra os mais pobres. Quem se presta a divulgar isso ou é idiota ou age de ma-fé. Se forem somados os eleitores do Norte e do Nordeste, não se chega a 40% do eleitorado, logo, a estatística correta deve se basear no porcentual de votos de cada candidato por região. É evidente que o cabresto torna o PT muito mais votado proporcionalmente no Norte e Nordeste. São vítimas, ressalte-se uma vez mais. Ao contrário do petismo, aí sim preconceituoso e propagador dó ódio contra aqueles que se opõem ao seu autoritarismo, os liberais devem considerar que mesmo nos grotões a oposição obteve votos. Em um país mestiço como o Brasil, repleto de diversidades regionais e no qual as migrações internas, apesar de terem diminuído, ainda ocorrem, não há como pensar em separatismo. Nosso papel é apontar claramente de onde exala o odor fétido do ódio e do autoritarismo, típicos das práticas esquerdistas, típicos do PT, desde sua gênese e nítidos em seu modo de governar. Separatismo? Não. Quem sabe o federalismo? Assunto para um artigo futuro.

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