Na era das celebridades, o Brasil vira e mexe mostra a cara por meio de seu presidente, uma das figuras mais autoindulgentes, presunçosas e megalomaníacas da história. É a cara do Brasil! Claro, cabe salientar, que o hiperpresidencialismo à brasileira é em boa parte fruto do aval de parcela considerável da população do país, alienada, passiva, suscetível à retórica messiânica, ao culto à personalidade e politicamente analfabeta. Tudo isso também é a cara do Brasil!
A política externa do governo Lula é trágica e, prova de que o brasileiro é néscio nesses assuntos, vislumbra-se na medida em que os países desenvolvidos e aqueles que realmente estão em vias salutares de desenvolvimento, não precisam de malabarismos de fachada para propagandear virtudes, como pratica o governo do PT, mas seguem uma firme e austera política de investimento em educação, cultura, tecnologia e meio ambiente. Enquanto isso, muita gente aqui se deleita com um ou outro elogio feito ao presidente, vide a famosa frase de Barack Obama e o que divulgou recentemente a imprensa de esquerda na Europa. Pergunto: como vai a educação no Brasil?; e a saúde pública? a diferença do IDH brasileiro em relação aos top, aumentou ou diminuiu?; como é visto o passaporte brasileiro no exterior?; qual a possibilidade, a curto prazo, do país se tornar um exportador de tecnologia?; como andam as políticas ambientais por aqui?
Escrevo isso pois, em tempos nos quais até mesmo o regime autocrático da Rússia, um dos mais fechados do planeta, e o populismo argentino proferem críticas ao governo do Irã, iniciando um evidente distanciamento em relação a Ahmadinejad, o negador do holocausto que quer varrer Israel da face da Terra, Lula se aproxima do déspota cada vez mais. O que estaria por trás de algo que é aparentemente inexplicável? A leitura do excelente artigo de Andrés Oppenheimer, publicado nesse domingo (28/02), no Estado de São Paulo, oferece pistas interessantes e intrigantes.
Não contente em estender as mãos ao governo iraniano, Lula acaba de visitar a ilha-quintal do tirano-fóssil Fidel Castro. Não só não há motivo plausível algum para prestigiar uma ditadura que dura 51 anos (Lula visitou o governo cubano e confraternizou alegremente com os Castro, não foi uma visita ao país Cuba, Lula não dialogou com a oposição cubana), como o pior dos momentos foi escolhido para tanto, momento em que a morte do dissidente e ativista democrático Orlando Zapata estava na ordem do dia. Quase tão execrável quanto um governo ditatorial que mantém presos políticos e viola os direitos humanos há cinco décadas, num país em que um democrata morre após greve de fome, é o fato de Lula ter se omitido completamente quando questionado sobre o assunto. Uma postura vergonhosa, que endossa as práticas ditatoriais de Fidel. Péssimo para a imagem do Brasil junto à opinião pública externa, mais uma pixotada diplomática, depois dos atletas cubanos que pediram asilo político para o governo do PT em 2007, algo prontamente negado e seguido da rapidíssima extradição de ambos para a ilha. Enquanto isso, o terrorista Battisti se esbalda debaixo das asas de Tarso Genro e conta com a benevolência de Lula.
O que mais falta para que tanta gente nesse país perceba a verdadeira índole do Partido dos Trabalhadores? Um partido político que chuta para longe todas as convenções internacionais a respeito de diplomacia e direitos humanos, mantendo postura absolutamente incoerente em tal contexto, ao mesmo tempo que lança um documento de viés nitidamente autoritário, um franksteinzinho eufemisticamente travestido de Programa Nacional de Direitos Humanos, recheado de medidas que vão na contramão do desenvolvimento e da democracia. Programa de fachada sorridente e sombrio conteúdo interno, inconstituicional e autoritário. Não causa espanto se deparar com a declaração de Lula, deturpando a seu bel prazer os conceitos políticos e afirmando, quando do lançamento da candidatura de Dilma Roussef à presidência, que ela lutou e arriscou a vida pela democracia quando guerrilheira. Só um alto grau de estupidez pode fazer acreditar que a guerrilha no Brasil lutava por democracia apenas porque tentava derrubar os milicos. Lutavam contra uma ditadura para implantar outra. Milicos e guerrilha: distintos no conteúdo, iguais na forma, resumindo, farinha do mesmo saco! E, contraditório como sempre, pois nulo em conhecimento de teoria política, Lula vive a enaltecer muitas das práticas que viscejavam no governo militar. Basta prestar um mínimo de atenção para não se deixar iludir por um governo pródigo em bravataria.
Vale terminar lembrando que o jornal espanhol El País, aquele mesmo que elogiou Lula em 2009, concedendo-lhe o título de personalidade do ano, agora nesse início de 2010 mudou o tom e criticou o presidente brasileiro por sua omissão sobre o caso Zapata. Acorda Brasil!
Lembro aos desavisados e analfabetos políticos que caso queiram comentar neste espaço, o façam de maneira polida e condizente. Qualquer comentário chulo e vazio de ideias, será recusado. Não perca tempo, pois isso aqui não é a casa da mãe Joana! Protozoários digitais!
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