O ano de 2014 vai se encerrando, marcado, na política brasileira, por mais uma enxurrada de escândalos de corrupção envolvendo o (des)governo do PT. O Petrolão, evidentemente, é uma continuação do Mensalão, o que revela claramente o desmesurado objetivo petista de assaltar a máquina pública em todas a suas esferas para se perpetuar no poder. O ponto é esse, deve-se insistir, ou seja, se a corrupção não foi inventada pelo PT - e não foi mesmo, como bem se conhecem as histórias do Baixo Império Romano e de tantas outras cortes - adotá-la como método e como filosofia é sim uma estratégia sui generis do esquerdismo petista; assim, corromper vai muito além do desvio pontual de conduta a fim de obtenção de vantagens econômicas, pois é algo que se torna regra como modo de se alcançar, sobretudo, vantagens políticas. É exatamente isso que ainda requer entendimento aprofundado por parte da sociedade brasileira para que o PT, e não só ele, mas toda a organização esquerdista, sejam devidamente condenados e defenestrados.
O ministro petista Dias Toffoli declarou que os empresários privados são os principais beneficiários do Petrolão. Com isso, quis dar a entender que o mal não está instalado no Estado brasileiro. Ora, é uma análise absurda, uma vez que tenta esconder o simples fato de que os agentes corruptores estão instalados na esfera pública e que os corrompidos se favorecem de negócios escusos junto ao governo. O típico arranjo estatizante no qual o setor privado deixa de concorrer pelas vias de mercado, preferindo aliar-se aos "donos do poder", na expressão de Raymundo Faoro, é um péssimo hábito do socialismo. Isso porque as caixas de Pandora do BNDES e da Eletrobrás não foram abertas, pelo menos por enquanto...
A presidente Dilma Rousseff, em mais um de seus tantos discursos estapafúrdios, disse que as denúncias de corrupção não podem servir de pretexto para prejudicar as estatais. Tal fala, se já não fosse pelo absurdo do próprio conteúdo, é um acinte contra a sociedade brasileira, uma ridícula inversão da lógica, já que é justamente a corrupção que destrói as instituições nacionais.
A horda esquerdista, nela inclusos os militantes, os jornalistas vendidos e os intelectualóides procuram passar a ideia de que o PT combate a corrupção como nenhum outro partido ou governo anterior, daí exatamente a miríade de escândalos. Uma vez mais, prepondera a lógica de botequim: em primeiro lugar, desde o início das denúncias em 2005, o PT tenta desfazer o curso da realidade: ora a, corrupção é mera invenção da "mídia golpista" e da "zelite" (1), ora a cúpula do governo não sabia de nada (2), ora são apenas "coisas normais" que antes já se fazia (3). Os próceres petistas não podem sustentar as teses 1 e 2 ao mesmo tempo, pois não saber de nada não elimina a existência da corrupção; isoladamente, a tese 1 desmoronou tão logo as provas que culminaram no processo do Mensalão começaram a aparecer; a tese 2, ainda que contivesse um sopro de cabimento, ainda assim só serviria para indicar desatenção, irresponsabilidade e omissão por parte dos nomes mais importantes do governo; a tese 3 vai de encontro com o que expus no primeiro parágrafo e, ao contrário do efeito positivo que os adesistas do governo buscam conferir a ela, somente desnuda que o discurso petista enquanto oposição jamais passou de fachada. Na melhor das hipóteses, o PT seria igualzinho aos outros e, para quem tanto se gabava de ser o paladino único da ética e da transparência, agora está se contentando com muito pouco.
O PT não só não combate a corrupção, como tenta a todo momento varrê-la para baixo do tapete ou relativizá-la: além das três "justificativas" acima, continua tratando como heróis àqueles que foram condenados pela justiça, continua tentando calar a imprensa livre, elemento fundamental na investigação de tudo aquilo que se descobriu até hoje, tentou barrar o poder de investigação do Ministério Público, como também a CPI da Petrobrás. E nem é necessário lembrar que todas as denúncias até hoje partiram de dissidentes do petismo ou são fruto da delação premiada.
Há cerca de um mês foi publicado um artigo no jornal Folha de São Paulo que provocou euforia nos petistas e na esquerda em geral. Por motivos particulares, não vou entrar em detalhes sobre o mesmo. Por enquanto... De qualquer maneira, além de já ter sido categoricamente refutado devido à grande quantidade de inconsistências e contradições, seu conteúdo pode dar margem para incriminar o próprio autor. O PT faz sujeira e se "limpa" com ela...